04 de Outubro de 2009
Acordar pela primeira vez em Paris até pode ser magnífico, mas ter de acordar cedo com a promessa de que tem de ser 'naquele dia' que vamos encontrar um alojamento definitivo para 5 meses, é uma pressão do 'catano'!
Mas já lá vamos...
Acordar em Paris significa ver quase sempre nevoeiro pela janela, é verdade, até pode ficar 25 graus com sol limpo, mas só de tarde.

 

 

  
 

O petit-déjeuner no hotel woodstock já estava pronto, e abastecemo-nos como pudémos, esperáva-nos um dia incerto. Voltámos ao quarto, ligámos o pc, e sacámos mais uma lista de números de estúdios para alugar, juntando às 'resmas' de folhas que já tínhamos. A ideia era mantermos os alojamentos possíveis sempre actualizados, isto é, apontar os anúncios mais recentes, ideia essa que viria a demonstrar-se mais que certa. 
 
Sabendo que as aulas começariam na segunda-feira seguinte, e que ficar num hotel mais que uma ou duas noites não era propriemente económico (por muito que o hotel fosse uma espécie de casa da juventude barata, a 23/25 euros por noite, sim em Paris é barato!), pusemos as mãos (quer dizer, pés!) ao trabalho: deixámos as malas no hotel, enchémos as mochilas com comida que as nossas mãezinhas nos prepararam, fomos até ao jardim mais próximo (não muito longe da fantástica igreja do Sacré Coeur, como se vê na foto) e começámos a ligar para os anúncios mais recentes. Como era sexta de manhã, só uma senhora nos atendeu... 
 

 

A nossa ideia para o alojamento era muito simples: visto termos recusado dois meses antes as residências universitárias de 300 euros cada quarto, qualquer coisa mais barata que isso era o nosso objectivo. Visto que a tentativa de trabalharmos como Au Pair não teve muitos resultados, isto é, ter alojamento gratuito em troca de tomar conta de crianças, a ideia passou a ser sermos alojados num estúdio que em Paris varia entre os 350 e os 650 euros. Estúdios esses que na maior parte dos casos, e sendo os mais barato, chegam a ter 10 metros quadrados, incluindo casa-de-banho, e uma coin-cuisine (kitchenet p'ós amigos)...

Visto que esses pequenos estúdios são normalmente atríbuidos para uma pessoa só, não sabíamos se aceitariam duas pessoas, de qualquer das formas apontávamos para esse facto nos telefonemas...

Voltando à senhora que nos atendeu, entre o francês da Vânia e o meu inglês, ela respondeu que não aceitava duas pessoas num estúdio...Afinal essa ideia ia ser um problema...
Mas não podíamos desistir, visto termos pesquisado os anúncios num site não regulado por qualquer agência (
http://www.pap.fr/), alguns dos proprietários punham a morada com o contacto. Estando fartos de ligar e de mais ningém nos atender, e também pelo impulso de querer conhecer Paris a torto e a direito, apanhámos o metro e fomos ter a uma dessas moradas.

16º arrondissement, no sudoeste da cidade, passámos o resto da manhã a tentar encontrar a rua. Fomos pedindo ajuda a algumas pessoas, e há uma senhora que prontamente nos responde: - Não faço ideia (Sim, em português!). Nota-se assim tanto que somos portugueses?? Lá encontrámos a rua. Ligámos para o proprietário e a Vânia finalmente percebeu a mensagem automática de que a visita ao estúdio seria às sete da tarde!
A inocência de não conhecermos a realidade de Paris, fez-nos esperar por essa hora, com a quase certeza de sermos alojados. Faltavam muitas horas, e finalmente tínhamos algum tempo só para 'nós'...

 

Sabendo que o rio Sena passava ali perto, ou não estivesse a Torre Eiffel já bem vísivel na outra margem, fomos procurar uma marginal para almoçarmos, enquanto continuávamos a contemplar a arquitectura parisiense, agora em pleno dia. Nomeadamente as polémicas torres do 'Quartier Grenelle' (polémica com torres é o que não falta em Paris). Tínhamos ido duma ponta a outra de Paris, e o requinte perdurava em cada canto.


 

 
 

À medida que nos apróximamos do Sena, avistámos a ilha de Cygnes e decidimos ir até lá, através da ponte de Grenelle. A ilha é um uma 'linha' de terra artificial, que inicialmente servia para proteger um dos portos do Sena, e que hoje é uma espécie de parque, tendo na ponta Sul uma réplica da Estátua da Liberdade (inicialmente virada para a Torre Eiffel, mas que depois foi rodada para ficar frontal ao recinto da Expo de 1937 de Paris), e na outra ponta a belíssima ponte de dois tabuleiros de Bir-Hakheim, e a estátua do escultor holandês Wederkinch sobre a o renascimento de França...
 
 
 

A Torre Eiffel mostrava a imponência, a Norte, demostrando que não deveria estar muito longe.
Acabado o nosso piquenique na ilha de Cygnes, decidimos subir a marginal direita do Sena em direcção à torre. Primeira tarde em Paris, digna duns verdadeiros turistas!

 
 

Chegando à Torre Eiffel, perdemos um bom tempo a olhar para ela: Afinal é bem GRANDE! 
 
 

Mas as visitas 'oficiais' teriam de ficar para depois. Atravessámos a ponte d'Lena, em frente ao palácio Chaillot e voltámos pela outra margem para a rua do estúdio, já trocando impressões de como seria viver para aqueles lados...

 
 
 
 

Chegámos às 18h e algo de estranho parecia se passar. Tal como nós, também 4 jovens, dos quais um casal de rapazes asiáticos (sim, um casal!), esperava em frente ao prédio...Bem, provavelmente estariam à espera de outra coisa qualquer...Chegou as 18h50, e 25 pessoas aglomeravam-se no mesmo local! Ok, o que seria aquilo?? Chegadas as 19 horas, momento insólito: o proprietário chega, diz para o seguirem, e cerca de quase 30 pessoas, incluindo nós, sobem 8 andares numas escadas com menos dum metro de largura, em direcção ao minúsculo estúdio; o proprietário entrou no estúdio, mandou-nos formar uma fila indiana que ia até ao quarto andar pelas escadas, mandava entrar 5 de cada vez, apresentava o quarto, pedia para lhe entregarmos documentos como B.I. e diversos comprovativos, e mandava-nos embora com um 'Merci'!
Eu e a Vânia chegámos cá abaixo, olhámos um para o outro e lamentamo-nos:
- Estamos lixados...

Não baixámos os braços, mas à medida que íamos ligando para outros números, a resposta mais habitual era que já estava alugado, sim, no mesmo dia que puseram os anúncios, à tarde já estavam ocupados. As mãos não chegam para contar as vezes que a Vânia nesse dia proferiu o:
- Bonjour, J' appelle à cause de l'annonce...

Onde afogar as mágoas nessa noite? Mcdonalds...Um dos poucos locais na cidade com internet grátis, e onde continuaríamos a procurar anúncios, o mais recentes possíveis, e em todos os sites e agências possíveis, para que de manhã, bem cedinho continuássemos a procurar.
publicado por Nuno às 09:55

Muito obrigado pela ajuda, ja li o mail, por enquanto já arranjámos alojamento até janeiro. Depois ainda não sabemos bem...
Mas obrigado na mesma :)
16 de Outubro de 2009 às 16:44

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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