No âmbito da disciplina de Estratégias Metropolitanas, realizou-se uma viagem de estudo de três dias a... ...Turim!
Então lá fui eu para Itália pela primeira vez. Seis horas de TGV, a contemplar as verdejantes planícies francesas e as impressionantes encostas dos Alpes, a dormir, e a jogar ao stop em francês (fiquei em segundo lugar, nada mau ah?). Na verdade, o TGV chega a passar por vales muito estreitos, e a velocidade do comboio-bala é praticamente reduzida a metade. Mas estava eu a contemplar o jogo de cores de outono que cobriam as montanhas (o branco da neve incluído), quando na fronteira, a polícia italiana faz o favor de revistar tudo e mais alguma coisa no comboio... Tão cedo não chegaríamos a Turim...
Finalmente chegámos a Porta Susa, a estação principal de Turim. O nevoeiro e os aguaçeiros cobriam a cidade. Não havia quase ninguém nas ruas. Parecia uma autêntica cidade-fantasma... Mas aí ficam as fotos dos três dias, que chegaram para conhecer quase tudo desta cidade, tão diferente de Paris, mas tão semelhante às cidades portuguesas: ruas sujas, edifícios abandonados, mas um património histórico enorme!
Mas como é que uma cidade que até já foi a capital de Itália (1861-1864), já foi a capital italiana do cinema (representada pelo belo Museu Nacional que se destaca no skyline), já foi a segunda cidade industrial do país (sede da Fiat, representada pela maior fábrica de automóveis do mundo, o edifício Lingotto, agora convertido em shopping; sede da Martini, da Kappa, Lavazza e dos chocolates Caffarel), e é a cidade onde se encontra o Santo Sudário (o suposto pano que cobriu Jesus Cristo no sepultamento), entrou em estado de esquecimento e abandono?
Como, não sei, mas o teor desta visita de estudo era precisamente estudar a estratégia metropolitana que pretende dar vida a Turim novamente. Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 foram o motor de arranque para um projecto de renovação a todos os níveis, incluindo artísticos, com destaque para a iluminação nocturna das praças e ruas históricas da cidade...
Felizmente o Sol deu de si ao segundo e terceiro dia, mas a cidade não perdia a mística 'fantasmagórica'. Três dias muito porreiros, a comer pizza, lasanha, inúmeros pratos esquisitos, nutella (e chocolate quente), a provar inúmeros vinhos, a partilhar o quarto do hotel com um francês, casado com uma brasileira, e que tem bons conhecimentos de asneiras em português (ganda Pierre!), a ter longas conversas sobre Timor com uma aluna indonesiana (em inglês, sem ninguém reparar), e a procurar bares 'inexistentes' a meio da noite (tivémos algum sucesso)... Uma viagem muito cultural sem dúvida. Aí ficam mais duas fotos: a paisagem turisiense, ou turisina? com o Museu do Cinema a substituir o que normalmente seriam as catedrais a fazer, e na foto ao lado, o Santo Sudário, que não pudémos ver, já que raramente está exposto ao público. Outro 'monumento' que não vimos foi o estádio Delle Alpi, onde joga a Juventus, grande falha!
Mas bem, toca a regressar a Paris, onde a viagem também não foi propriamente pacífica, outra vez por problema policiais, desta vez com cães a revistar as malas, resultando num atraso de 1 hora. Mas os serviços franceses mostram de que são feitos: à chegada a Gare de Lyon, um batalhão de agentes de transportes esperavam os passageiros com um cheque de 25 euros em viagens, e um pedido de desculpas formal, assim sim.