11 de Abril de 2010

Sim, a primeira apresentação, 'exposé' como aqui lhe chamam, em francês, e em frente à turma toda...

Mas correu bem, eu pelo menos levei tudo o que ia dizer escrito numa folha (até mesmo o 'Bonjour', e 'mon français n'est pas bon'), e foi só torcer para que a leitura fosse compreensível.

Á medida que íamos olhando para os nosso colegas de turma, víamos testas enrugadas de não estarem a perceber 'patavina'! Foi frustrante mas no fim o professor curtiu... É o que interessa...

Era a disciplina de Sociologie des Mouvements Sociaux, e o tema do trabalho era o Lobbying, mas para a memória fica o suor que nos corria no rosto antes de começarmos a falar, isto é, a palrear. 

 

Infelizmente, foi a primeira apresentação de muitas. Eu e a Vânia nunca mais pudemos apresentar juntos, e nalgumas delas, tivémos até de apresentar sozinhos durante quase 30 minutos...
Hoje, fazer apresentações é banal, mas aquele dia em Sociologie, ai ai... Já passou...
Quando alguém faz questões é que está tudo perdido, mas uma ameaça antes da aula começar, não faz mal a ninguém.
publicado por Nuno às 18:51

É sabido que a França, assim como a vizinha Bélgica, são dos países onde a banda desenhada tem um peso artístico enorme.

Por acaso foi na altura do 50º aniversário do Astérix e Obélix, que fomos passear pelo Paris Rive Gauche no 13º arrondissement, e deparei-me com a simpática livraria Goscinny (a par de Uderzo, foram os criadores dos livros do Astérix). Mas é da rua onde fica a livraria que quero mostrar algumas fotos. Na rua René Goscinny podemos ver, além de pinturas espalhadas pelas paredes dos modernos edifícios, balões de banda desenhada, ora no asfalto, ora nos postes, e algumas outras referências a Astérix.


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As fotos são poucas, mas fica a ideia: um grande tributo à BD, e especialmente ao falecido Goscinny, se faz nesta pequena rua...

publicado por Nuno às 18:45

Dia 11 de Novembro, dia do Armistício, que comemora o fim da Primeira Guerra Mundial (só na Frente Ocidental, porque noutras regiões ela continuou...). Como bons europeus que somos, fomos até ao Arco do Triunfo ver a cerimónia presidida pelo senhor Sarkozy e a sua companheira Carla Bruni? Não... Fomos passear, exactamente para o arrondissement oposto, o curioso, diferente e moderno 13º arrondissement (ver o mapazinho catita dos arrondissements clicando aqui). Vá, não foi apenas passear, a Vânia tinha um trabalho de arquitectura para aqueles lados, e aproveitámos para conhecer uma zona de Paris, que não se parece em nada com Paris.

Talvez por ter o número 13, a região, parte desocupada, outra parte formada por bairros da classe operária, nunca conseguiu ter o esplendor, e muito menos a arquitectura que caracteriza do resto da cidade.

Neste dia começámos por visitar a zona que envolve a gigante e moderna Biblioteca Nacional de França. Zona essa que se encontra num profundo processo de rejuvenescimento urbano. A Vânia tinha de analisar precisamente um dos quarteirões modernos adjacentes ao monumental edifício. Aí ficam algumas fotos...

 

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Este projecto de renovação, designado ZAC Paris Rive Gauche (algo como Zone d'Aménagement Concerté da margem esquerda do rio Sena), durou 10 anos, e agora está a ser aos poucos posto em prática, numa zona que basicamente não tinha nada a não ser uma estação de comboios e as suas inúmeras linhas (Gare d'Austerlitz), e algumas fábricas abandonadas. Hoje é uma zona de edifícios de escritórios e de habitação ultra-modernos. É curioso ver que ao contrário de paradigmas recentes, onde se constrói em altura e sob largas avenidas, aqui, o modelo urbanista consistiu em ruas ortogonais estreitas (dependentes das grandes artérias mais próximas é certo), passeios de largura média, e edifícios com altura semelhante à do resto de Paris, permitindo manter uma certa calma pelo bairro. Vale sobretudo a pena ver alguns exemplos de arquitectura 'relativamente' desconstrutivista, com os prédios a parecer encaixarem uns nos outros, 'protegendo' pequenos jardins que os unem.

Tem edifícios para todos os gostos, mas nunca semelhantes à arquitectura comum em Paris...


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Paris Rive Gauche ainda tem muitos projectos para serem concretizados, mas o destaque vai para um que consiste em cobrir as linhas de comboio, com algo assim:

 

 

Mas bem, o dia ainda era uma criança, e lá fomos nós em direcção ao coração do 13º arrondissement. Aos poucos os prédios iam-se parecendo cada vez mais com os 'tradicionais', mas havia algo que continuava a dar à região uma faceta arquitectónica única. O bairro de 'quase' arranha-céus Les Olympiades. Afinal, quem pensava que as torres tinham acabado no centro de Paris depois do monstruoso Montparnasse, engana-se... Mas visto que terei uma visita de estudo lá, depois crio um post mais detalhado.

Interessante ver a junção da arquitecura moderna com a antiga por estes lados...


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E por fim lá chegámos à grande Place d'Italie, o ponto central deste arrondissement. Esta praça está ladeada, dum lado por altíssimas torres, e por outro pelos tradicionais prédios estilo Haussmann. Destaque para um enorme centro comercial, junto à rotunda, que simboliza também o carácter moderno da zona. Uma das fachadas é um complexo da autoria de Kenzo Tange com uma escultura vulgarmente estranha (modernices!)... Entrámos no shopping e matamos saudades do espírito português: passar feriados dentro de calorosas 4 paredes a ver montras, submetido ao marketing e à sede de consumismo. Incrivelmente o centro comercial Place d'Italie estava a romper pelas costuras, com ruas, parques e jardins tão belos lá fora! 'Dá Deus nozes a quem não tem dentes'...


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E aqui em baixo uma ilustração da Place d'Italie nos seus tempos de juventude:

 

publicado por Nuno às 16:21

Não é um vício, mas uma forte rotina... Em Portugal, praticamente todas as famílias possuem uma máquina de lavar, e essa cultura da lavandaria comum não existe muito (salvo as cobertas, passadeiras e os vestidos de casamento, levados para máquinas industriais da 5àSec!), por aqui, num país desenvolvido como a França, uma máquina de lavar parece ser um luxo, e em cada quarteirão há uma destas lojinhas, com uma fila de máquinas que funcionam à moedinha...

Mas ao contrário dos filmes americanos, onde pessoas se apaixonam, lêem revistas e tomam o seu café enquanto esperam nas lavandarias, por aqui, as 'laveries', são palco de situações menos emocionantes mas igualmente interessantes (pelo menos na que costumamos ir).

 

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Certo dia, eu e a Vânia, num dia como outro qualquer, pegámos nos dois sacos cheios de roupa, e dirigimo-nos ao local habitual, até que somos imediatamente parados por um senhor de casaco de couro, que enquanto protegia a entrada, nos dizia para esperarmos um pouco. Visto não termos percebido muito bem o porquê, o senhor de imediato se faz entender nos mostrando a sua arma 9 mm (*necessita de fontes), escondida no seu casaco de 'capanga'. "Ah bom!" pensámos nós. Olhámos para dentro, e estava a acontecer um ajuste de contas devido a negócios de estupefacientes, algo comum aqui por Saint-Denis... Quando finalmente nos foi autorizada a entrada na lavandaria, dois homens ajoelhados juntavam desesperadamente o pó branco que sobrou, e que estava espalhado pelo chão.

Infelizmente, incidentes com droga é bem comum pelas lavandarias, provavelmente porque ela se confunde com o detergente caído das máquinas! Então todos os dias o dono faz o favor de enchutar todo o pessoal que se junta ali, que mandam sempre a desculpa de: "Tou só à espera que a roupa seque!"...

 
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Mas outras cenas memoráveis se passam frequentemente naquela lavandaria, desde dois bêbados a discutirem sobre Cristo, discussões familiares, ganzados (lá está!) a cantarem com muita emoção, encontros familiares ao jeito dos filmes 'de constituir família', e homens insólitamente desesperados quando a máquina 'come' as moedas (treinar artes marciais com a máquina é um exemplo)...

Para a memória fica também o primeiro dia em que tive de ir sozinho tratar da roupa, e o desespero que isso foi, mas o que vale é que a camaradagem masculina está sempre lá quando é preciso!; ah e também o dia em que a Vânia me deixou lá sozinho sem os sacos da roupa à hora do fecho do estabelecimento, e também aí (que seria eu sem os algerianos de Saint-Denis...), me fizeram o favor de arranjar um saco de contentor de lixo, para levar a roupa 'pa casa', arrastada pelo chão...

Fica só a informação de que cada lavagem demora 50 minutos! Tudo pode acontecer...

publicado por Nuno às 14:38

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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