24 de Julho de 2011

Este post não é recomendado a claustrofóbicos. Não é de admirar que numa livraria qualquer existam variados livros só sobre o mundo subterrâneo de Paris. Desde estações de metro fantasma, aos esgotos, passando pelas catacumbas, tudo foi ganhando valor cultural com os anos, e felizmente para nós, este misterioso mundo foi sendo aberto ao público. As catacumbas são provavelmente o expoente máximo, mas nem todos o podem conhecer, uns por motivos de saúde, outros por medo... A Vânia recusou-se a entrar, eu entrei sem sequer saber o que me esperava. Só o nome me despertava curiosidade...

 

  

 

Na verdade, as catacumbas ainda pertencem aos guias mais alternativos de Paris, e por isso não existe muita informação, muito menos sobre como entrar nas mesmas, já que estamos a falar de um cemitério subterrâneo com 400 km de extensão! Mas lá encontrámos: na enorme Place Denfert-Rochereau, no 14º arrondissement (a estação de metro mais próxima tem o mesmo nome), existem grandes placas centrais com jardins ou pequenas casas; é precisamente numa dessas casas, com um anexo todo verde, que existe uma pequena porta com uma minúscula recepção. Poucas imagens, quase nada de mapas esquemáticos, apenas uma lista de restrições (asmáticos não podem entrar), e 'protocolos' de emergência. Resta começar a descer as escadas e preparar-me para o pior...

 

 

 

 

Depois de descer até aos 20 metros de profundidade (!), completamente sozinho, deparo-me com um longo túnel. Não existem praticamente indicações, apenas inscrições antigas nas paredes. Limitei-me a caminhar, a caminhar e a caminhar. Um túnel que parecia não ter fim fez-me pensar que era isto as catacumbas, um comprido túnel com algumas galerias laterais completamente escuras. Resta então procurar a saída, pois a respiração já começava a tornar-se ofegante, apesar da brisa fresca artificial que ali passava... Continuo a caminhar...

Finalmente o túnel alarga-se, vejo algumas esculturas na parede, e também alguns turistas. Pronto teria chegado ao fim pensava eu, os belos relevos representando templos seria o apogeu da visita...

 

 

  

 

 

Até que chego a uma galeria mais larga e mais escura, e em frente uma estreita passagem com umas simpáticas palavras escritas em cima: 'Pare, é aqui o império da morte'. Olho lá para dentro, e não se vê ponta de luz. Ainda pensei em esperar pelos turistas que continuavam a tirar fotos às esculturas, mas não, há que entrar, e ir embora de uma vez por todas, sabe-se lá já quantos quilómetros tinha percorrido...

Bem, as catacumbas passaram a fazer finalmente sentido... Conjugar o horrível com o incrível foi fácil, aí estão aos fotos...

 

 

 

 

Paredes cheias, mas cheias de caveiras, e ossos. Poderia nem passar de isto mesmo, se o pessoal que aqui depositou os esqueletos não tivesse a ousadia de fazer desenhos, e construir padrões, com os crânios entre as ossadas. Tirar fotos é completamente proibido, e o labirinto de túneis coberto de esqueletos é vigiado por alguns funcionários que têm uma cadeira em cada esquina, quanto tempo passarão eles aqui em baixo? Não endoidecem? Um dos funcionários reprimiu-me várias vezes, quando via a luz do flash da minha máquina, outro decidiu atenuar a solidão e meteu conversa comigo, explicando tudo e mais alguma coisa sobre as catacumbas, incluindo o facto de que aquilo que estávamos a ver, ou seja, as catacumbas abertas ao público é apenas uma pequeníssima porção num sistema de túneis que cobre grande parte do Sul de Paris!

 

 

 

 

Foi em 1786, que o Conselho de Estado francês decidiu acabar com uma situação que se estava a tornar insustentável. Sendo que a maior parte das igrejas em Paris tinha o seu cemitério, estes foram sendo cada vez mais lotados e cada vez mais limitados em dimensões. Ora, chegou a uma altura que os problemas de saúde pública começaram a surgir associada à acumulação de cadáveres que não podiam ser devidamente guardados. Apesar da construção de cemitérios novos nos subúrbios, a solução teve de passar por aproveitar algumas cavernas e pedreiras dos montes da cidade como Montparnasse, e construir um gigante cemitério subterrâneo. O cemitério de Saint-Nicolas-des-Champs foi o primeiro a ser transferido. A partir daí foram precisos 15 meses para transportar todos os corpos, sempre de noite, dos cemitérios velhos para as catacumbas.

 

  

 

Estes túneis foram sendo usados para diversos fins, desde abrigo para a resistência francesa e alemães na 2ª Guerra Mundial, a bacanais realizados por Carlos X. Dos mais de 5 milhões de esqueletos que aqui existem, apenas os correspondentes aos mortos na Revolução Francesa foram aqui sepultados directamente. Existem também diversas placas ora contendo o nome do cemitério original, ora dedicando poemas sobre a morte, ora homenagendo indivíduos mais importantes que ali descansam.

Finalmente chego ao fim do labirinto, ainda eu não me tinha lembrado do que teria de subir já uma placa avisava as 'escadas difíceis' que me esperavam...

 

 

  

 

No fim das escadas existe apenas uma porta. Saio e não sei onde estou. Olho para trás e vejo que saí numa espécie de pequeno anexo de pedra entre dois prédios, que dá para uma rua estreita... Mas bem, entre a luz do sol que me feria os olhos e a desorientação lá consigo chegar à praça Denfert-Rochereau, onde a Vânia me esperava num dos jardins:

- De onde é que vieste?

- Do inferno...

 

 

 

publicado por Nuno às 21:34

Antes de saber onde comer, até porque não seremos as pessoas mais indicadas para isso, já que não nos podemos dar ao luxo de comer todas as semanas em restaurantes, muito menos em Paris!, vou introduzir alguma informações sobre as comidas típicas da cidade, e apenas da cidade...

Basta poupar algum dinheiro com o lowcost e fazer uma viagem a Paris com os voos da Aigle Azur por exemplo, que já é possível, pelo menos a jovens portugueses gulosos como nós, fazer o gosto ao estômago, e não ficar apenas a ver estas fotos. Chega de Mcdonalds e Kfc's, ou Cordon Bleus congelados!

Aí ficam as especialidades parisienses. Mais tarde farei um pequeno guia de restaurantes bons e baratos da cidade.

Andouillettes (enchidos de porco)

 

Blanquette de Veau (guisado de vitela com ovos e natas)

 

 

Crottin chaud en salade (tostas de queijo de cabra com salada)

 

Cuisses de grenouille (coxas de rã com manteiga de alho)

 

îles flottantes (merengue em molho de natas)

 

Plateau de fruits de mer (travessa de mariscos crus e cozidos)

 

Ris de veau (timo de vitela)

 

Rognons à la moutarde (rins com molho de mostarda)

 

Salade frisée aux lardons (salada de endívias com toucinho frito)

 

Sole meuniére (linguado frito com molho de manteiga)

 

 

(fotos retiradas da web)

publicado por Nuno às 21:34

21 de Julho de 2011

Uma boa quantidade de pessoas, incluindo nós, só conhece o Arco do Triunfo e o Arco do Triunfo du Carroussel, mas em Paris existem outros arcos, que em dimensões e história são também importantes. Qual o nosso espanto, quando caminhávamos pelos limites Norte do 3º arrondissement nos deparámos, não com um, mas com dois arcos alinhados na antiga muralha de Charles V do século XIV, que hoje é apenas uma das Grands Boulevards, que liga a Place de la République à zona da Opéra Garnier.

O arco mais importante é a Porte St-Denis de 1672, antiga entrada na cidade, e com uma altura de 23 metros. A sua exuberante decoração, da autoria de François Girardon, comemora as vitórias do exército real na Flandres...

 

  

 

 

 

A zona, infelizmente, não tem o encanto de outras regiões de Paris, ou não estivéssemos nós já no mal afamado 10º arrondissement. Na verdade, a chegada à Boulevard Saint-Denis pela rua com o mesmo nome fez logo concluir que não era só de nome que esta zona era tão semelhante à Saint-Denis onde habitamos. Prostituição, lixo, edifícios degradados, e assustadoras passages não deixam tornar estes arcos pontos turísticos, apesar de entre os mesmos existir a importantíssima Boulevard de Sébastopol que liga a Gare de l'Est ao Sena.

A Porte St-Martin é mais pequena, e os relevos, embora mais simples, celebram a derrota da Tríplice Aliança entre a Holanda, Alemanha e a Espanha. De destacar também a bela fachada do Théâtre de la Renaissance mesmo ao lado do arco de St-Martin.

 

  

 

publicado por Nuno às 21:31

É o segundo arrondissement mais pequeno de Paris, mas não deixa de ser dos mais importantes, dos mais procurados, e dos mais residenciais da cidade. É também chamado de 'arrondissement du temple', pela antiga presença da sede da Ordem dos Templários no local onde fica hoje o maior parque verde da zona e a Mairie do 3º arrondissement (a junta de freguesia digamos...).

 

 

  

 

  

 

Apesar de densamente residencial, a importância cultural deve-se à parte Norte do Marais, com os seus inúmeros museus e hôtels, e ao seu centro com a presença do grande Conservatoire National des Arts et Métiers. Estes atributos fizeram da zona uma das mais caras para se viver, e pelas ruas e prédios não admira... É aqui que também está instalada a mais antiga comunidade chinesa, que vem desde o tempo da Primeira Guerra Mundial. 

 

  

 

  

 

Junto ao museu des Arts et Métiers fica esta bela Église Saint-Nicolas-des-Champs, que mantém a tradição dos nomes grandes em igrejas do Marais. Estamos a falar de uma igreja muito antiga, com a construção iniciada no século XII. Conta-se que Louis Braille (exactamente esse, que inventou o alfabeto 'táctil' para que cegos possam ler) chegou a ser organista oficial nesta igreja. Destaque para as fabulosas pinturas junto ao altar e para o orgão negro...

 

 

  

  

publicado por Nuno às 02:28

14 de Julho de 2011

Square do Temple

Numa zona densa como é este 3º arrondissement, existe um parque verde que forma exactamente um quarteirão. Só falha o pormenor de que a rua no lado Este, que serve a Mairie deste pequeno arrondissement, está interdita a automóveis. A vegetação do parque é tanta, que os putos mais crescidos vão andar de bicicleta e jogar à bola para lá, ajudando a manter a tranquilidade deste parque muito bem arranjado... Pode não ter a riqueza decorativa de parques como o Monceau, mas é bem mais agradável...

 

 

 

 

Acreditem ou não, este jardim está no lugar onde se situava a sede da Ordem dos Templários. Esta sede era quase uma espécie de estado tipo Vaticano, com uma muralha, ponte levadiça, um palácio, lojas, etc.. Muitos criticam não existir nem um monumento de memória ao antigo complexo, o que é certo é que ficou o nome, e este local ainda hoje é chamado 'du Temple'. Dois importantes mercados encontram-se muito perto, o Marché des Enfants-Rouges e o Carreau... du Temple.

 

  

 

 

Square Georges Cain

É mais conhecido por ser um importante jardim público do Marais do que propriamente de todo o 3º arrondissement. Na verdade, no Marais, são vários os jardins e parques, mas quase todos se encontram dentro dos muros dos Hôtels. O square Georges Cain, não é só um caso raro, como tem a particularidade de conter várias esculturas clássicas e outras peças provenientes de antigos monumentos da cidade. É um pequeno museu ao ar livre... O nome vem precisamente de um pintor, que foi curador do Museu Carnavalet, mesmo ali ao lado...

 

 

 

 

publicado por Nuno às 01:21

13 de Julho de 2011

Ora aí está um local que nunca tinha ouvido falar, mas que enche as medidas ao indivíduo mais curioso do mundo de certeza.

Fantástico museu este dedicado à ciência e indústria. É certo que museus de ciência existem muitos, sobretudo numa cidade como Paris, mas este tem a particularidade de se centrar em invenções mais na área da mecânica, electrónica e engenharia. Particularmente na área de engenharia que mais me interessa, tudo vale para demonstrar como se constroem pontes e como funcionam os TGVs, ou como foi colocada a cabeça da Estátua da Liberdade. Demonstrações à parte, encontram-se aqui verdadeiros tesouros, objectos inventados há séculos, ou há bem pouco tempo.

 

  

 

 

  

 

Pelas fotos, mas sobretudo quem passa pelo coração do pequeno 3º arrondissement, percebe que não estamos diante de um edifício qualquer. Trata-se duma antiga abadia, Saint-Martin-des-Champs, que virou museu em 1794. Mas na verdade o belo estado em que se encontra este enorme complexo deve-se a uma intensa obra de restauro que terminou há cerca de uma década atrás. Talvez por isso este museu ainda não tenha o prestígio que merece.

De destacar a forma como souberam aproveitar o interior da igreja da antiga abadia, que mostrarei no fim do post. Na verdade todo o espaço tem de ser bem aproveitado para que caibam as 75 000 peças, sendo que 70 000 estão apenas reservados a estudantes universitários e investigadores!

 

 

  

  

 

 

Mais que um museu, isto é um centro de investigação focado nas invenções, que cobrem áreas como a produção fabril, têxteis, fotografia, maquinaria industrial, relojoaria, engenharia civil, instrumentos musicais, transportes, informática, e até a exploração espacial. Desde modelos a objectos 'reais', as grandes salas, que mais parecem fábricas, estão carregadas de objectos de imenso valor útil, ao contrário de todo o 'lixo' luxuoso que se vê por Versalhes e afins...

Destaco a parte dedicada à engenharia por mostrar em grande pormenor como grandes estruturas da História foram construídas e são mantidas, qual National Geographic qual quê... Saber finalmente como o obelisco de Luxor foi transportado desde o Egipto até à Praça da Concórdia foi particularmente reconfortante...

 

 

  

 

 

 

A parte do museu dedicada aos transportes foi a que mais me impressionou. Desde carros antigos, aos comboios modernos, tudo está aqui exposto e representado em várias escalas, assim como o modo como funcionam e são construídos. Esta secção cobre também o interior da igreja. Mas antes de lá chegarmos, o destaque vai para um grande hall como uma bela escadaria, e onde estão pendurados modelos dos primeiros aviões, nomeadamente o pioneiro objecto voador de Clément Ader...

Mas brutal mesmo foi quando passamos desse hall para a antiga igreja. É realmente estranho estar num lugar daqueles sem altares, bancos ou velas, mas mais estranho é ver que o interior foi ocupado por uma enorme estrutura em metal de cerca de 7 andares, onde estão expostos carros antigos, uma estátua da liberdade, e mais aviões. E quase tudo iluminado pelos vitrais que reflectem os tons coloridos das paredes e das colunas... Brutal... Aqui também se pode encontrar um modelo do relógio de pêndulo que existe no Panteão.

 

 

 

 

  

 

Fazer uma viagem a Paris com crianças: Eurodisney ou Museu des Arts et Métiers? Eu pensaria duas vezes... De qualquer das formas, a visita a museus com tanto valor como este são facilmente possíveis com os actuais voos baratos, por exemplo da Easyjet... Au revoir!

publicado por Nuno às 23:29

05 de Julho de 2011

Este é o último dia no Marais, mais passado na parte Norte, e onde fica a maior parte dos museus e galerias. Sobre este bairro mítico já falei aqui e aqui, portanto ficam apenas as fotos tiradas das ruas mais carismáticas, nomeadamente a Rue des Francs-Bourgeois...

 

 

Esta rua liga a Rue des Archives à Place des Vosges, contendo as entradas para os mais importantes Hôtels como o Soubise ou o Carnavalet. Por isso não admira, que, apesar de estreita, seja a via com mais movimento e mais efervescência cultural. Neste dia, o destaque vai para uma exposição de carros e motas antigas, desde minis a vespas, que deixaram a rua completamente congestionada!

 

 

 

 

 

O nome Francs-Bourgeois tem origem no termo 'francs' que se referem àqueles que não pagam impostos. Alguns dos edifícios que aqui se encontram ainda mantêm a má imagem devido a antigas actividades financeiras ilegais, mas hoje o que interessa mesmo são as peculiares fachadas, algumas da época medieval. Apesar das ruas serem quase todas estreitas e mesmo assim abertas ao tráfego automóvel, não impedem as típicas esplanadas parisienses, nem exposições de arte ao ar livre...

 

  

 

  

 

É uma zona densa, mas podemos encontrar alguns belos jardins, assim como logradouros tranformados em parques públicos acessíveis por pequenos espaços entre as fachadas dos prédios. Um dos parques fica junto à pequena igreja de Notre-Dame-des-Blancs-Manteaux, que tem um fantástico púlpito do século XVIII em estilo rococó.

 

 

 

  

 

  

 

Deixando os parques, fomos caminhando em direcção ao Hôtel-de-Ville. As ruas começam a alargar, e os edifícios a ficarem mais altos; estamos a voltar ao típico ambiente urbano de Paris, e ficamos com a certeza de que o Marais é mesmo um mundo à parte.

Antes do fim do passeio, destaque para a visita ao mais antigo claustro da cidade. O Cloître des Billettes, de 1427, é pequeno e a igreja adjacente não é nada demais, por isso o espaço é hoje dedicado a pequenas exposições, mas vale a pena visitar, sem dúvida...

 

 

 

  

publicado por Nuno às 23:46

Hôtel Carnavalet

Juntamente com o Museu Picasso, constituem as maiores jóias culturais do Marais. Apesar de ser um conceituado museu, este hôtel é também dos mais bonitos, possuindo jardins formais, arcadas e estátuas, das quais se destaca a de Luís XIV em trajes romanos. Juntamente com o Hôtel Le Peletier, formam o Museu Carnavalet, para nas suas numerosas salas muito bem decoradas, mostrarem de uma perspectiva nobre a história de Paris. Cada pormenor ilustra um pouco da história, desde móveis às gravuras, mas é a detalhadíssima decoração de interiores dos últimos séculos que mais se destaca em todo o museu.

 

  

 

  

 

 

  

 

 

 

Hôtel Guénégaud

É um dos mais bonitos do Marais, não pelos jardins ou detalhes arquitectónicos, mas pelo nível de preservação que faz destacar a cor azul-marinho das janelas e portadas. Antiga residência do secretário de estado Guénégaud (projectada por Mansart), abriga hoje o Musée de la Chasse et de la Nature. As pinturas de artistas famosos como Rembrandt não foram o suficiente para me fazer entrar no museu também conhecido pela exposição de armas de caça europeias...

 

  

 

 

Hôtel de Soubise e de Rohan

É provavelmente o maior da zona, e quem passa pela estreita rua des Francs-Bourgeois e vê os portões abertos, dificilmente não entrará. Preservando muito da áurea de Versalhes, estas duas mansões guardam hoje o Arquivo Nacional. Apesar de por isso o seu interior estar só acessível a investigadores (diz-se que aqui se encontra o testamento de Napoleão e um brutalíssimo quarto onde vivia a princesa de Rohan), os seus largos jardins são abertos ao público durante quase todo o dia, e vale a pena nem que seja fazer um piquenique à sombra da colunata.

 

 

  

 

Hôtel de St-Aignan

Mais conhecido por Musée d'Art et d'Histoire du Judaïsme, localiza-se já bem perto do Centre Pompidou. Podemos aqui encontrar uma grande colecção que comemora a cultura franco-judaica desde a Idade Média. Acaba por não ser 'só mais um' edifício no Marais dedicado ao Judaísmo pois aqui encontra-se o conjunto principal de todas as exposições dedicadas antes espalhadas pela cidade.

 

Hôtel Salé

...ou Museu Picasso, estará provavelmente na minha lista negra de monumentos que tão cedo não vou visitar em Paris. Aquele que é um dos principais museus da cidade está em obras de remodelação (como se pode comprovar nas fotos em baixo) que só terminarão em 2012!

O nome do museu diz tudo, mas será interessante indicar que o governo francês decidiu transformar esta mansão do século XVII no museu, pois quando Picasso morreu, muitas pessoas começaram a pagar impostos doando as obras do artista, e elas acabaram por ser reunidas aqui em meados dos anos 80. O museu foi inaugurado em 1985.

 

 

 

(O Marais está cheio de Hôtels, construídos há cerca de 4 séculos atrás para as famílias mais abastadas da cidade. Uns encontram-se atrás de altos muros, outros nem tanto. Nestes dois posts só apresentei apenas os mais importantes e os que estão abertos ao público, mas vale a pena admirar os restantes nem que seja só pela fachada. Existem mansões para todos os gostos e feitios...)

publicado por Nuno às 00:27

01 de Julho de 2011

Hôtel de Sens

É um dos poucos edifícios medievais que ainda se mantém belissimamente preservado, como se comprova nas fotos em baixo. Hoje abriga a biblioteca de belas artes, mas foi durante décadas local de residência fortificada de importantes figuras históricas, entre elas a escandalosa Margarida de Valois, ex-mulher de Henrique IV, que mandou degolar um amante ao desconfiar que este iria assassinar o seu amante favorito. Fofoquices...

 

 

 

 

Hôtel de Lamoignon

Um dos maiores palacetes do Marais, que abriga hoje a Biblioteca Histórica da Cidade de Paris. De destacar a decoração das fachadas com motivos clássicos inspirados na paixão da deusa Diana pela caça.

O pátio de entrada encontra-se quase sempre aberto, mas ao contrário das outras mansões, não possui qualquer jardim (terceira e quarta foto em baixo).

 

  

 

 

Hôtel de Coulanges

Belo edifício este do século XIII que serviu de residência secreta dos filhos ilegítimos de Luís XIV. Hoje é a sede da Casa da Europa em Paris, e por isso muitos jovens e estudantes vêm aqui, onde podem desfrutar do magnífico jardim, como se pode ver na segunda e quinta foto em cima.

 

 

  

 

Hôtel Donon

É mais conhecido por Museu Cognacq-Jay, que abriga uma pequena colecção de mobiliário do século XVIII sobretudo. Não visitamos por dentro este pequeno museu. Ficam apenas as fotos do jardim formal aberto ao público pela rua Payenne (as duas da direita).

 

Hôtel de Marle

A segunda foto em cima representa o pátio do Hôtel de Marle, também aberto ao público pela rua Payenne. A bela esplanada faz parte do Institut Suédois que ocupa o pequeno palacete.

 

Hôtel de Sully

(primeiro post sobre o Marais - clicar aqui)

publicado por Nuno às 19:51

Há muito tempo que já não íamos ao Marais, esse bairro eclético, que mistura comunidades gays, judias, e de artistas que aqui encontram uma alternativa à inspiração inevitável de Montmartre. É um bairro carismático exactamente por causa desta mistura, que também se dá a nível arquitectónico. O cartão postal do Marais tanto pode ser uma das inúmeras mansões hoje convertidas em museus que cobrem a parte Norte, ou os prédios medievais que ainda marcam presença nas ruas estreitas a Sul... Mas a imagem de marca continuará a ser a Place de Vosges no coração do Marais, nunca o regular e o geométrico foi tão belo...

Isto são mais do que razões para aproveitar os voos baratos para a Europa e fazer uma viagem a Paris (pelos voos da Air Europa por exemplo), atrevo-me até a dizer que o Marais é a maior miniatura da cidade...

 

 

  

 

 

aqui tinha falado do Marais, sobretudo da sua evolução histórica, mas neste dia interessou comprovar essa mesma história com uma visita algo intensa de 2 dias. No primeiro, partimos do Hôtel-de-Ville, e caminhando em direcção a nordeste, fomos invadindo as ruas estreitas para apreciar aqueles que são provavelmente os blocos de casas mais antigas de Paris. Logo depois deparámo-nos com o Mémorial de la Shoah, mais um monumento dedicado à morte dos judeus no holocausto. No muro em redor do memorial estão gravados os nomes de 76 000 judeus que foram deportados de França para os campos de concentração. A presença judia no Marais tem assim muito significado como veremos a seguir.

De seguida aproveitámos o belo jardim adjacente ao magnífico Hôtel de Sens, sem antes espreitar as 'barraquinhas' do Sena...

 

 

 

 

 

Deixando a marginal do Sena, rumo ao Norte, fomos apreciando os cantos e recantos do bairro. Cada porção de espaço vazio entre os edifícios é motivo para pequenos jardins, fontes, ou memoriais. O maior espaço pedonal que vimos sem contar com praças ou jardins (que quase não existem por sinal), foi um grande descampado usado como campo de futebol, que pelos vistos era onde se localizava a grande muralha medieval, e que neste lugar acabou por não ser substituída por edifícios. Ainda assim é possível ver partes da muralha, usadas como parede nos prédios.

 

   

  

 

Se a Place de Vosges é o ponto central histórico do Marais, a rue St. Antoine e a igreja St-Paul-St-Louis constituem a actual centralidade mais comercial, auxiliada pela presença da única estação de metro que existe dentro do Marais, a estação St-Paul. Esta igreja jesuíta data de 1627, e a sua cúpula com 60 metros de altura inspirou a Dôme des Invalides.

 

  

  

 

 

Antes de chegarmos à Place de Vosges, foi-nos recomendado ir visitar a Rue des Rosiers. Esta rua pedonal é o eixo central do bairro judeu, e ainda preserva as fachadas pitorescas dos estabelecimentos comerciais que datam do século XIII quando uma grande quantidade de judeus aqui se foi instalando. Numa parede, perto do local onde muitos estudantes foram capturados pelos nazis, ainda se encontra escrito: 'N'oubliez Pas!'...

É bom que não...

 

  

 

 

 

O dia seguinte seria dedicado a conhecer os Hôtels do Marais, até lá há que contemplar os pequenos e belos edifícios. Quem lá está não pode perder muito tempo nisso, os passeios são tão estreitos, que a qualquer momento está alguém a pedir para te despachares...

O esplendor artístico do Marais começa então a dar de si no momento em que chegámos à Rue des Francs-Bourgeois. Aqui, no cruzamento com a Rue de Sevigne, existe uma esquina repleta de placas, quase todas indicando os Hôtels e museus do Marais, qual o primeiro a visitar, eis a questão...

 

  

 

 

publicado por Nuno às 02:51

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