27 de Outubro de 2011

Na mesma rua, Rue Daubenton, que atravessa o antigo 5º arrondissement, existem dois templos de religiões bem diferentes. Se há coisas que o Ocidente tem de bom são as mentalidades suficientemente inteligentes para perceberem que é tudo interpretações do mesmo Deus, ou então para perceberem que isto das religiões não interessa para nada... Em qualquer dos casos, estes dois templos estão bem próximos, e nunca houve problema nenhum que se saiba. Paris é exemplo dessa 'cosmopolitez' religiosa representada maioritariamente pelos cristãos e os muçulmanos das antigas colónias... 

 

Igreja St-Médard

No fim da histórica Rue Mouffetard, fica esta pequena igreja do século XV. Médard era o nome dum conselheiro dos reis merovíngios que oferecia rosas brancas às raparigas que se portavam bem (sim sim!)... A igreja acabou por ficar conhecida devido aos histerismos colectivos que se passavam no pátio, hoje um belo jardim... 

 

 

Grande Mosquée de Paris 

A terceira maior mesquita da Europa foi aqui construída em 1920 em homenagem aos soldados muçulmanos das colónias que lutaram pela França na Primeira Guerra Mundial. O grande complexo representado pelo minarete de de 33 metros de altura, possui além da mesquita, banhos turcos (abertos e homens e mulheres em dias alternados), um restaurante, um café e um bazar árabe.

 

 

publicado por Nuno às 16:40

Passeio de fim-de-semana aos quarteirões nas traseiras do Jardin des Plantes, em pleno 5º arrondissement. Um dos locais que mais nos impressionou foi esta pitoresca e longa rua, conhecida sobretudo pelo seu antigo mercado ao ar livre, que ainda existe, apesar da pouca largura da via. Na verdade, esta é também das mais antigas ruas da cidade, uma via essencial no tempo dos romanos, e que preserva ainda edifícios do século XVI. A partir da estação de metro Cardinal Lemoine, basta escolher a via com o mesmo nome, e um pouco à frente é começar a descer lentamente a Mouffetard, o que é um verdadeiro mimo... O primeiro local a parar é na Place de la Contrescarpe, uma pequena praceta de 'aspecto provinciano' que serve bares e restaurantes, e que por isso mantém-se bem animada.

 

 

 

A ruralidade da zona tem muito a ver com a influência do Jardin des Plantes, que à data da sua construção estava bem isolado de qualquer aglomeração de edifícios. A pouco e pouco, pequenas casas foram constituindo um tecido urbano interessante, que a certa altura foi preenchido por grandes edifícios como o da Guarda Repúblicana ou a Mesquita de Paris. Precisamente, junto ao edifício da Garde, é possível ver uma das 14 fontes restauradas contruídas em 1624 para abastecer o Jardin du Luxembourg, a fonte do Pot de Fer. A rua Moufetard termina então na igreja de St-Médard, onde começa (ou acaba?) a avenida des Gobelins. De destacar algumas fachadas, como a do nº 134, decorada com animais e plantas (última foto).

 

 

 

publicado por Nuno às 14:41

20 de Outubro de 2011

A grande Place d'Italie é o centro do enorme 13º arrondissement, região esta que tem sido alvo de grandes obras arquitectónicas, e reorganização urbana que lhe dão neste momento uma imagem de modernismo intra-muros, sobretudo para quem passeia junto à margem do rio. À medida que vamos caminhando para Oeste, encontrámos porém algumas zonas bem antigas e interessantes mas pouco turísticas, como Buttes-aux-Cailles, ou Gobelins. Esta última refere-se ao apelido de dois irmãos que aqui fundaram em 1440 uma tinturaria, tranformada depois numa fábrica de tapeçarias. Ela ainda hoje existe numa bela avenida com o mesmo nome, não muito longe da Place d'Italie.

 

 

 

 

 

O edifício tornou-se um monumento digno de visita, pois quando Luís XIV viu a fábrica, decidou fazer dela o produtor oficial dos tapetes para Versalhes, juntando aqui os maiores artesãos do momento... Depressa se tornou uma oficina mundialmente conhecida, onde 250 tapeceiros flamengos tinham como patrão o pintor da corte Charles Le Brun. Infelizmente só se pode entrar na fábrica através de visitas guiadas, e os horários são um pouco rígidos, mas é bom saber que a fábrica continua em actividade, utilizando ainda os mesmos métodos do século XVII.

 

 

 

publicado por Nuno às 15:58

Para quem me acusar de nunca falar de amor quando abordo Paris, aqui vai um post com 3 trailers de filmes quase totalmente rodados nesta cidade. Os dois primeiros é mais doença que amor, mas vale a pena assistir a cenas de grande emoção em alguns lugares míticos como a belíssima ponte de Bir-Hakeim. No caso da sequela do '9 Semanas e Meia', vem mesmo a calhar, já que grande parte das cenas têm lugar na zona Este da cidade, zona que temos percorrido nos últimos tempos; desde o terraço do Institut du Monde Arabe, ao sistema de comportas que separa o Sena do Canal St-Martin, todos estes lugares ganham um novo charme, quase sempre roubado pela monstruosa sombra da Torre Eiffel...  
 
 
 
 
E por falar em romances, com esta onda do lowcost, fazer uma viagem a Paris (voos Air Europa por exemplo) fica bem mais fácil, e hoje podemos ver pelas pontes da cidade inúmeros aluquetes com os nomes de casais estrangeiros que aqui vêm namorar, e aqui pretendem voltar, para garantirem que o aluquete lá permanece (para sempre!). É certo que as chaves são atiradas ao rio, mas o munícipio já fez questão de avisar que mais tarde ou mais cedo vai proceder à sua remoção... Algumas notícias sobre a invasão dos aluquetes aqui e aqui.

 

publicado por Nuno às 15:48

14 de Outubro de 2011

Este complexo hospitalar de exageradas dimensões merece uma visita, sobretudo para quem passa pela Gare d'Austerlitz e desce a movimentada Boulevard de l'Hôpital. Nesta importante avenida, podemos ver (já não me lembro em que dias...) uma interessante feira de mobiliário usado entre outras coisas, abrigada pelo grande viaduto do metro que sai de Austerlitz. Ora é precisamente atrás do viaduto que podemos ver um vasto complexo arquitectónico que em nada parece um hospital. Na verdade o que aqui existia era uma antiga fábrica de pólvora, e é por isso que o complicado nome deriva da palavra 'salitre' que é usada nos explosivos...

 

 

   

 

 

Mas Luís XIV lá converteu o local numa espécie de prisão e hospício, onde 'depositava' os mendigos, marginais e prostitutas, assim como pessoas mais pobres que aqui podiam ser tratadas. Com a Revolução, o centro tornou-se definitivamente um hospital psiquiátrico, e veio a ser pioneiro no tratamento de doenças mentais. Posso dizer que passear pelos seus vastos e cuidados jardins é uma boa terapia...

O destaque arquitectónico vai para a abóbada da capela, e o destaque da fofoquice vai para o facto de ter sido aqui que a princesa Diana de Gales veio a falecer...

 

 

 

 

  

publicado por Nuno às 22:56

Em pleno Jardin des Plantes (onde mais poderia ser?), existe um belo e antigo edifício, que abriga o Museu de História Natural. O Museu é enorme, e é preciso uma longa tarde para o visitar como deve ser. Apesar da Galeria da Evolução ser a secção mais conhecida e visitada, decidimos perder mais tempo na Palenteologia, com os gigantescos esqueletos de dinaussauros a tentarem ocupar tudo quanto é canto.

O museu contém ainda secções dedicadas à Paleobotânica, Mineralogia, e Entomologia, com imensos fósseis dos mais antigos insectos. Pode-se dizer que este museu faz um belo tributo a Darwin, não só representado pelos esquemas da Evolução espalhados pelas salas... Ficam as fotos:

 

  

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Nuno às 14:08

07 de Outubro de 2011

Não foi a primeira vez que fomos ao Jardin des Plantes. A ideia era visitar o mais antigo jardim zoológico francês, a Ménagerie, que fica no sector Oeste do Jardim, mas a fila gigante (ver na quarta foto) fez-nos desistir da ideia. Felizmente este grande parque tem montes de coisas para ver...

Apesar de semelhante em dimensões ao Jardin du Luxembourg, o Jardin des Plantes não é tão famoso, mas tem uma importância científica que já vem desde a sua origem. Os médicos de Luís XIII aqui decidiram instalar um jardim de plantas medicinais em 1626, mas depressa a ideia evoluiu para uma escola de botânica, de farmácia e de história natural...

 

 

Quando abriu ao público, em 1640, já se preparava para abrigar o Museu Nacional de História Natural, e o tal jardim zoológico, inicialmente criado para alojar os animais salvos de Versalhes durante a Revolução. Curiosamente, durante o Cerco de Paris, e quando a Ménagerie estava a crescer, grande parte dos animais teve ser abatida para alimentar o povo esfomeado... Mas bem, hoje é um belo parque para passear, tal como todos os parques em Paris, mas com a particularidade de possuir uma grande variedade de espécies, sejam animais ou vegetais, trazidas dos 4 cantos do mundo... De destacar também as estátuas espalhadas pelo parque, e uma zona, mais a Sul, com densa cobertura arbórea, onde no meio existe uma pequena colina, em que o topo, devidamente decorado por uma espécie de coreto em ferro, tem grandes vistas sobre a cidade... Um pequeno refúgio natural, no meio do grande movimento urbano em redor da Gare d' Austerlitz...


publicado por Nuno às 19:02

06 de Outubro de 2011

...ou Museu da Escultura ao Ar Livre, é um comprido parque junto ao Sena, mais precisamente entre a Pont de Sully e a Pont d'Austerlitz, ou de outra perspectiva, entre o Institut du Monde Arabe e o grande Jardin des Plantes. É provavelmente dos cais menos conhecidos de Paris, e talvez por isso, e pelo seu sossego, é frequentado sobretudo por grupos artísticos que para aqui vêm ensaiar. Há uns anos, o Munícipio decidiu instalar aqui um conjunto de esculturas abstractas, e apesar do nova imagem de museu, o vandalismo acabou por obrigar à remoção de parte delas. Mas não deixa de ser um local bem agradável para passar uma tarde, sobretudo devido à sombra abundante e às vistas que incluem as duas ilhas centrais da cidade. As viagens lowcost que agora abundam permitem facilmente viagens a Paris, para ter acesso a estas vistas, que as fotos nunca mostrarão na sua máxima força (voos Aigle Azur por exemplo)...

Destaque para o facto de, no século XVII, o cais St-Bernard ter ficado famoso pela presença de nudistas...

 

publicado por Nuno às 16:39

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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