Descendo os Champs-Elysées, e chegando ao seu troço mais verdejante, existe uma área com um conjunto de edifícios historicamente muito importantes. Apesar desses edifícios estarem bem afastados por densos jardins que ladeiam a avenida, acabámos por fazer o percurso em tempo recorde, antes que a noite invadisse esta zona, já por si pouco movimentada. Aproveitámos então a Noite dos Museus para começar por aceder ao interior do fantástico pavilhão do Grand Palais. Um pavilhão gigantesco, cuja cobertura em vidro possui 15 mil metros quadrados e pesa 8500 toneladas!
O Grand Palais forma com o Petit Palais, este último bem mais decorado, um conjunto arquitectónico construído para acolher a Exposição Universal de 1900. Ambos possuem imponentes fachadas clássicas com toques Art Nouveau, dando à avenida Winston Churchill, que passa entre os 2 palácios, um estatuto imperial, até porque a mesma avenida termina na Pont Alexandre III... O Petit Palais é hoje um museu de belas-artes, mas o Grand Palais, além de abrigar um museu de ciência chamado Palais de la Découverte, é mais conhecido pelo seu pavilhão que vai abrigando as mais importantes exposições temporárias e outros grandes eventos de Paris.
Partimos então em direcção a Norte, furando os muitos espaços verdes que parecem já não ser tão populares como no século XIX. Apesar de cada um deles ainda possuir belas fontes, canteiros, pequenos pavilhões e teatros. A excepção vai precisamente para um desses teatros, o Rond-Point, que juntou à sua porta uma pequena multidão de pessoas que esperavam para entrar. Atravessámos para os jardins do outro lado dos Champs-Elysées, onde o requinte de luxuosos hóteis e restaurantes já se fazia sentir. Nada que estragasse a beleza de ver o sol a desaparecer pela avenida...
À medida que caminhámos em direcção à Praça da Concórdia, os jardins ficam cada vez maiores, e o arvoredo mais denso, preservando a tranquilidade das residências milionárias que ficam a Norte. Mas eis que no meio dessas árvores damos conta de um enorme muro, que protege ainda mais árvores, o que seria aquilo, um parque privado? Decidimos contornar o muro para perceber melhor. Portões muito decorados, e muita, mas muita segurança. É o Palácio do Eliseu, apenas a residência do Presidente da República francês, e o local onde se reúne o Conselho de Ministros.
O Palácio foi construído em 1718 para um conde, e antes de adquirir a função actual em 1813, chegou a ser residência da irmã de Napoleão, e até um armazém durante a Revolução. O Palácio não é muito grande, pois o muro e o parque em seu redor escondem-no demasiado bem, no entanto é possível ver qualquer coisa através dos portões que existem em cada topo, e que estão cobertos de guardas, assim como parte das ruas adjacentes estão cortadas. Apesar de passar despercebido na cidade, o Palácio do Eliseu valorizou bastante a zona em redor, a julgar pelas fachadas e as lojas de luxo da Place Beauvau e da Rue du Faubourg-St-Honoré.