31 de Julho de 2012

É uma praça tão mítica quanto impopular... Muita gente ouviu falar dela, poucos sabem onde se localiza, ainda que só a possam alcançar da Opéra Garnier ou da Rue de Rivoli. É uma praça com pouca história, mantendo-se incrivelmente intacta desde o século XVIII. O maior símbolo é sem dúvida a Coluna de Napoleão erguida em 1810 para celebrar a vitória na Batalha de Austerlitz, e que na verdade já foi deitada a baixo durante a Comuna de Paris, mas reconstruída pouco depois.



Os edifícios que envolvem a praça numa forma octogonal e quase fechada, são também eles um símbolo, pelo facto de Mansart ter desenhado o espaço tendo em conta as suas funcionalidades previstas, ou seja, academias e embaixadas. Mas nem uma coisa nem outra, porque os banqueiros, por definição donos de dinheiro que brota das árvores, conseguiram adquirir estes prédios elegantes. Hoje, são as joalharias e o Hotel Ritz que atribuem o caractér luxuoso à Place Vendôme...


publicado por Nuno às 15:15

Tudo em redor da Place de la Concorde é monumental, como se cada ângulo fotografado se tornasse um postal com margens douradas. A zona Norte não é excepção. Olhando pela Rue Royale, é a fachada neoclássica da Igreja de la Madeleine que domina o horizonte, num perfeito equilíbrio sustentado pela igual fachada da Assembleia Nacional do outro lado do obelisco de Luxor. Esta igreja, iniciada em 1764, esteve para ser um banco, um parlamento ou uma biblioteca, mas Napoleão acabou mesmo por defini-la com um templo dedicado ao exército francês.

 


 

O lugar desta fantástica imitação do Parthénon, é realmente excepcional, ainda por mais por iniciar a sequência das Grands Boulevards. Por isso não admira que os seus arredores contenham algumas das Passages que caracterizam esta zona... Uma delas é a Village Royal que tem a particularidade de não ser coberta, e de ser a mais chique e exclusiva de Paris, graças a lojas como Chanel ou Dior, ou ao seu passado ligado às ourivesarias. Existem por aqui outras passages, como a Galerie de La Madeleine, esta também a ter acesso pela praça com o mesmo nome.

 

 

 

 

A Place de la Madeleine é dos locais mais luxuosos da cidade, e um grande exemplo é a loja Fauchon, um autêntico supermercado para milionários. Tomando a rua Saint-Honoré, a presença de lojas requintadas é interrompida por uma igreja no mínimo austera, a Église Notre-Dame-de-l'Assomption, ou Église Polonaise de Paris para os amigos. Este edifício é assustador por várias razões: a cor contrastante no bairro esbranquiçado, as suas dimensões entaladas numa rua tornada estreita, e uma planta circular que culmina numa cúpula com 24 metros de diâmetro!

 

publicado por Nuno às 02:05

25 de Julho de 2012

Já foi dito o suficiente sobre a maior praça de Paris num dos primeiros artigos que escrevi para este blog. O artigo pode ser lido aqui, e apesar da abordagem cómica, a história sobre o enorme obelisco situado no centro da praça é mesmo verdadeira. Este dia possui no entanto uma pequena novidade: finalmente deixámos de admirar a praça do terraço elevado dos Jardins das Tulherias, e decidimos atravessar a infinita sucessão de vias de trânsito para chegar ao centro do caos rodoviário. Mas tal como nós, inúmeros orientais recém casados tiravam aqui fotos, enchendo as poucas placas pedonais, e piorando o trânsito com as suas limousines.




A praça é oficialmente histórica e foi palco de tudo e mais alguma coisa relacionado com a política francesa, da qual se destaca a execução da família real e do sucesso da guilhotina durante a Revolução Francesa. Talvez por causa desse percurso, os monumentos a erigir na praça foram sendo destruídos ou desplaneados. O obelisco erigido em 1836 através de uma proeza da engenharia, foi concensual na medida em que nada tinha a ver com a história de França. A partir daí decidiu-se acompanhar tal monumento com 2 fontes impressionantemente decoradas, simbolizando o poder naval do país.



 

Para se perceber melhor a imensidão desta praça, coloco aqui uma foto aérea antiga, com um especial destaque para os Jardins das Tulherias à direita, para a Igreja de la Madeleine, e para a Opéra Garnier no canto superior direito. Ao contrário do que é costume em Paris, a Praça da Concórdia não possui árvores, e as vias rodoviárias são tão largas, e sem passadeiras, que as fontes e o obelisco são geralmente fotografados de longe. É pena, tendo em conta os seus pormenores magníficos.

 

publicado por Nuno às 01:00

24 de Julho de 2012

Hoje publico mais um estudo interessante elaborado pela eDreams, no qual foram avaliadas 100 companhias aéreas (não só de voos lowcost), através das opiniões dos seus utilizadores. Em baixo está uma imagem com parte da tabela resultante desse estudo. Não só aparecem as companhias melhor 'cotadas', como a tabela está filtrada com as opiniões portuguesas. Apesar da TAP não aparecer nesta imagem, a sua avaliação é de 4.0 (não é mau, mas é a cotação da maior parte das companhias). Quem quiser fazer uma viagem a Paris, tem agora uma ferramenta para escolher o voo mais confortável... Para ver a tabela na íntegra, com todos os pormenores, basta clicar aqui.

 

publicado por Nuno às 21:22

15 de Julho de 2012

Os Jardins das Tulherias já foram jardins privados de um palácio que tinha o mesmo nome, e que quando foi incendiado em 1871, deu origem ao que hoje é o Museu do Louvre. Felizmente as Tulherias passaram a ser um parque público: a estrutura formal continua, os lagos também, mas agora as grandes árvores e os grandes relvados fazem parte da paisagem monumental que caracteriza esta margem do Sena.

 

 

Achava que tudo o que tinha a dizer e a mostrar sobre as Tulherias já o tivesse feito aqui e aqui, mas neste parque de grandes proporções, construído em diferentes cotas, há sempre algo a descobrir. Neste dia caminhámos precisamente pelo patamar mais alto, nomeadamente o que é servido pela rua de Rivoli. Além das vistas fantásticas por todo o parque, há a destacar o conjunto espalhado de esculturas modernas e a presença de 2 pequenos museus...


 

Estes 2 edifícios ficam perto da Place de la Concorde, dispostos um de cada lado do grande lago das Tulherias. A Norte fica o Jeu de Paume, construído a mando de Napoleão em 1851, para albergar os jogos da pela, um dos percursores do ténis. Hoje é um museu dedicado à fotografia e arte contemporânea. A Sul, fica o Musée de l'Orangerie, construído pela mesma altura para fazer o que uma orangerie constuma fazer, guardar laranjas. Hoje é um dos museus impressionistas mais conceituados de Paris, pelo facto de abrigar as mais famosas obras de Monet e Cézanne.

 


publicado por Nuno às 21:39

A rua Saint-Honoré é uma via comprida que segue paralela à rua de Rivoli... Não é muita larga, e os lados estão densamente ocupados por prédios, tipicamente parisiens, uns bem mais antigos que os do estilo Haussmann. Mas há um monumento, entre o Palais Royal e a Place Vendôme, que quebra o ritmo arquitectónico. É a igreja St-Roch, uma das maiores da cidade, com os seus 126 metros de comprimento, quase tanto quanto Notre-Dame.

 

 

Foi em 1653 que a igreja barroca começou a ser construída segundo os planos do mesmo arquitecto do Louvre, Le Mercier. Mansart, outro arquitecto notável, iniciou a sequência de capelas pelas traseiras fora, que lhe deram o comprimento que ela tem hoje. Além de uma grande colecção de arte sacra, vinda de igreja demolidas, são as pinturas detalhadas que cobrem as paredes e os tectos que mais me impressionaram. A igreja é também conhecida pelos buracos que apresenta no exterior, resultado do ataque de Napoleão às tropas do rei que aqui se esconderam.


publicado por Nuno às 20:59

09 de Julho de 2012
Provavelmente a música mais mítica dos britânicos Moody Blues, exigiu um vídeoclip à altura. Podem não o ter conseguido, mas ficam as panorâmicas do cetim branco que é a cidade de Paris. A maior parte delas gravadas nos Jardins das Tulherias....

publicado por Nuno às 04:49

Em 1797, Napoleão ganha uma batalha em Rivoli, e a sua paixão pelo urbanismo resulta na encomenda desta rua. A rua do Rivoli é das vias mais bem planeadas, mais bem contextualizadas, mais belas, e mais valorizadas de Paris. Os elogios não são para menos. Na verdade, esta rua liga o Marais à Place de la Concorde (3 quilómetros!), mas é o troço adjacente ao Museu do Louvre e Jardins das Tulherias que tem toda a fama merecida. De um lado, um conjunto monotonamente belo de edifícios neoclássicos com arcadas infinitas, do outro, a monumentalidade do Louvre seguido da paisagem verdejante das Tulherias, lindo...


 

Caminhar pelas arcadas tornou-se por isso um percurso tão apetecível pelos parisienses, que não demorou muito até que este passeio se tornasse uma enorme galeria comercial de sucesso. Além de livrarias e cafés, a vaga de turistas de voos lowcost para a Europa (pela Aigle Azur por exemplo) fez com que muitas das antigas lojas vissem a oportunidade e se especializassem em souvenirs, para que quem faça uma viagem a Paris nunca esqueça... Na nossa opinião pessoal, as melhores lojas desse tipo ficam aqui e em Montmarte...


 

Mas a rua de Rivoli é também história. Onde o museu se encontra com os jardins, Rivoli é interrompida pela pequena Place des Pyramids, onde uma sumptuosa estátua dourada de Joana d'Arc faz os nossos olhos se livrarem das montras. Foi aqui perto que a heroína travou uma batalha dolorosa com os ingleses em 1429, sendo por isso homenageada pelo escultor Frémiet. Hoje, é o local de referência para os apologistas da monarquia, sabe-se lá porquê... Continuando em direcção à Place de la Concorde, esta rua volta a ser interrompida pela rua de Castiglione, com uma valente perspectiva da Place Vendôme.



publicado por Nuno às 03:31

03 de Julho de 2012

É incrível, mas o Museu do Louvre não ocupa todo o edifício gigantesco que vai dos Jardins das Tulherias à Passerelle des Arts. A ala mais Noroeste é ocupada por outro museu, denominado oficialmente de Musée des Arts Décoratifs. Ainda assim, esta secção ocupa 5 andares e mais de 100 salas... O conceito é bastante simples: num percurso muito bem definido pela direcção do museu, acompanha-se a evolução da arte decorativa e ornamental da Idade Média até à actualidade.

 


 

Arte decorativa, sobretudo antiga, é daquelas coisas que para quem viva em Paris chega a fartar, tantos são os museus, lojas e mercados especializados nisso! Por isso, o que saltou mesmo à vista mal entrámos, foi uma grande exposição temporária dedicada à Playmobil. Sempre preferi brincar com Legos do que com Playmobil, mas esta exposição passou os limites do interessante, tantos eram os bonecos, veículos e casas que cobriam várias salas do museu...

 



 

A seguir veio porém o inevitável, peças e mais peças, ora em Arte Nouveau, ora em Art Déco, nada que já não víssemos nas antigas mansões que estão por essa cidade fora. Mas há sempre momentos de surpresa, como a colecção de bonecas de porcelana, ou objectivos muito pequenos como pentes ou jóias. Chegados ao úlitimo nível, fomos confrontados com a arte decorativa de último grito, ou de última geração por assim dizer. A evolução é no mínimo surreal, e parece não ter havido espaço para regresso ao passado. Da elaboração exagerada, passou-se à simplicidade funcional. Chamar arte a esta última é discutível...



 

Mas maravilhoso foi mesmo estar no último andar, olhar pela janela e ter uma das melhores perspectivas da cidade. De um lado, os Jardins das Tulherias a servir de repouso a centenas de pessoas que aproveitavam a tarde solarenga; do outro lado a belíssima rua de Rivoli, com as suas arcadas a conduzirem-nos num horizonte infinito que apenas termina nos arranha-céus de La Défense... Isto sim é arte...

 


publicado por Nuno às 21:50

O Palais Royal localiza-se naquela que é provavelmente a zona mais importante de Paris, e não admira que este palácio seja o centro do 1º arrondissement. Do Museu do Louvre para Norte, edifícios majestosos sucedem-se, a maior parte com papéis importantíssimos na história da cidade e do país. Mas isso agora não interessa nada, interessa sim mostrar algumas fotos dessas fachadas e interiores maginíficos. A ideia deste percurso consistiu em contornar o enorme Palais Royal pelos bairros adjacentes, começando precisamente pela Place du Palais Royal.

 

 

Nesta praça rectangular, além de servir parte do Museu do Louvre e a entrada principal do Palais Royal, serve também um importante centro comercial chamado Louvre des Antiquaires, que como o nome indica, dedica-se ao comércio de objectos de arte antiga de luxo. Aliás todo o interior deste mercado é um luxo... Caminhando para Norte pela rua Croix des Petits Champs, é impossível ficar indiferente ao edifício do Ministério da Cultura: genial cobertura em ferro dum prédio banal parisiense!

 

 

Antes de chegar à Place des Victoires, destaque ainda para o Banque de France, fundado por Napoleão em 1800, todavia esta antiga mansão desenhada por Mansart data do século XVII. Dizem que o seu interior é sumptuoso, nomeadamente a Galeria Dourada com os seus 50 metros de comprimento. Pelo medo de me cruzar com uma grande quantidade de corruptos que normalmente se encontra em instituições financeiras como esta, decidi não entrar, fica para a próxima... Quando nos aproximamos do Palais Royal, damo-nos logo conta da longa linha de prédios iguais que circunda o jardim. A Norte, as fachadas são mais individualizadas, como aquela que possui notáveis relevos em estilo árabe...


 

A Oeste do Palais Royal, existe um bairro com uma malha urbana irregular, provavelmente esquecida pelo Barão Haussmann. Ruas estreitas, prédios pequenos e antigos, e restaurantes especializados, contrastam com o monumento mais importante deste local, a Fontaine Molière. Na verdade o mais famoso dramaturgo francês, que trabalhava ali pertinho no teatro da Comédie Française, viveu por estes lados, no nº 40 da rua de Richelieu. Foi precisamente por esta rua que regressámos à Avenue de l'Opéra.

 

 

 

O cruzamento desta importante avenida com a rua Saint-Honoré, é dos mais movimentados da cidade. Aqui existem hóteis luxuosos, lojas e restaurantes chiques, mas a beleza está mesmo presente nas duas praças que ladeiam o cruzamento: a Place André Malraux e a Place du Théatre Français. Grandes árvores, belos candeeiros e fontes resumem neste canto da cidade todo o esplendor urbano de Paris. Os habituais turistas ricos, esses saem directos dos hóteis, ajudados pelos mordomos vestidos de vermelho, atravessam a rua, e entram no Louvre para ver a Mona Lisa...

 

publicado por Nuno às 21:20

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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