16 de Setembro de 2012

A poucos dias de regressarmos de vez à cidade do Porto, fizémos aquele que foi provavelmente o último grande passeio por Paris. Não podemos dizer que deixámos o melhor para o fim, mas realmente Saint-Germain-des-Prés é mesmo a zona que melhor caracteriza a cidade. Contudo, este adiar foi ingrato já que a chuva apareceu e não podíamos mesmo deixar de conhecer os recantos deste bairro tão culturalmente equilibrado... Coincidência ou não, a primeira grande caminhada que tínhamos feito (por lazer!) partiu dos Jardins do Luxemburgo e acabou na Praça da Concórdia, o que exigiu que passássemos pelo centro de Saint-Germain-des-Prés, nomeadamente pela igreja homónima...

 


Neste dia, partimos porém da Escola de Medicina, e em vez de continuarmos pela avenida Saint-Germain, a mais importante da Rive Gauche, fomos até um histórico teatro que já foi o mais frequentado da cidade, o Odéon Théâtre de l'Europe. Para lá chegar tomámos a não menos histórica rua de l'Odéon, pelo facto de ter sido a primeira a ter esgotos e calçadas. Inaugurada em 1779, esta estreita rua assistiu à evolução do fervor intelectual de Saint-Germain, e ainda existem aqui muitas lojas desses tempos. Mas foram as livrarias que a tornaram popular. A mítica Shakespeare & Company estava no nº12 antes de ir para o Quartier Latin, e a Les Amis des Livres no nº7, ambas eram locais-fetiche dos armados em artistas...


 

Mas era o teatro que nós queríamos ver... Porque por aqui tudo tem o nome de Odéon, não é difícil de adivinhar o nome da praça que finaliza a rua... ...d'Odéon. Esta praça em meia-lua está directamente afectada pelas pequenas porporções de todas as ruas adjacentes. Por essa razão, à falta de espaço nos passeios, esplanadas e motas (muitas motas), fazem questão de a ocupar de forma intensa. Com a chuva, a tarefa de chegar ao outro lado acabou por ser mais fácil do pensávamos, e finalmente alcançávamos o abrigo da arcada neoclássica do Théâtre de lÓdéon. Em 1782, quando foi inaugurado, era para servir de sede à companhia Comédie Française de Molière, que hoje está no Palais Royal.

 


O teatro encontra-se demasiado bem conservado e há uma explicação. Em 1807, um incêndio destruiu todo o edifício, mas rapidamente foi reconstruído com uma forma muito semelhante. Hoje parece mais um monumento sagrado do que propriamente um local de lazer. O interior está especialmente muito bem decorado, e cada recanto brilha como se fosse novo. Mas na verdade tornou-se no teatro mais frequentado de Paris na década de 50, por se ter especializado em peças modernas. Hoje, é mais conhecido por acolher peças em língua não-francesa, para que os turistas que façam uma viagem a Paris tenham o direito de sentir o dramatismo único dos teatros parisienses. Na verdade nunca o senti, o dramatismo nas ruas de Saint-Denis chega-me, e supera bem a ficção...


publicado por Nuno às 21:47

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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