31 de Outubro de 2012

Avenida du Président Wilson, a via com a maior concentração de museus da cidade - Cité de l'Architecture et du Patrimoine, Musée National des Arts Asiatiques Guimet, Musée Galliera, Palais de Tokyo, Musée de l'Art Moderne de la Ville de Paris,... É por isso um prazer descer esta avenida e poder apreciar edifícios antigos mas paradigmáticos, que por abrigarem museus, se encontram bem conservados. As primeiras fotos são do Museu Galliera. Este museu especializado em moda fica num edifício renascentista de 1892. No entanto é o portão e o jardim que saltam primeiro 'à vista'.

 


Esta avenida vai da Place du Trocadéro até à ponte de l'Alma, o que significa que enquanto se desce a colina, tem-se uma vista espectacular, primeiro para a Torre Eiffel, e depois para o Sena. Os quarteirões que ladeiam esta via constituem bairros luxuosos, sobretudo do lado Norte, onde existe uma zona de embaixadas e outros departamentos semelhantes. A Place d'Iéna, a meio da avenida, e a sua estátua do general Washington, marcam o centro desta zona, onde poucos podem viver.


publicado por Nuno às 17:56

...é o grande palácio que domina o Trocadéro. Possui cerca de 6 museus, mas há um que tem todo o interesse para nós, tendo em conta o nosso curso. Ocupa toda a ala oriental e chama-se Cité de l'Architecture et du Patrimoine. No segundo piso encontra-se uma exposição permanente dedicada à história da arquitectura moderna francesa. É um espólio absurdamente grande, dominado por maquetes e esquemas; era capaz de ficar aqui o dia todo...

 


Mas incrivelmente foi o primeiro piso que mais impressionou, e por isso não admira que estas fotos sejam quase todas da galeria dedicada aos monumentos franceses do século XII ao XVIII. É particularmente belo, ver partes de fachadas ou colunas góticas fora do contexto habitual. É como se cada pormenor se tornasse uma escultura de excelência. As paredes vermelhas também ajudam bastante a destacar os pormenores. Isto sim é um museu! Isto sim é arte!



Podemos apreciar também modelos de pormenores decorativos de outras catedrais em França, o que ajuda se não houver voos lowcost para as outras cidades como Amiens ou Chartres. As últimas 4 fotos são as únicas tiradas no segundo piso. Um destaque especial para a maquete da antiga fábrica de chocolate da família Menier, cujo complexo foi tema de uma visita de estudo no primeiro semestre. Pormenores dessa visita podem ser lidos neste artigo.


publicado por Nuno às 16:57

23 de Outubro de 2012

Na verdade, a Place du Trocadéro não é o pátio que está no meio do Palais de Chaillot. Mas este pátio, por ser o lugar predilecto para as melhores fotos com a Torre Eiffel, acabou se tornar tão famoso, que tudo o que se encontra entre a verdadeira praça e o Sena passou a ser popularmente designado de Trocadéro, nomeadamente os jardins e as potentes fontes.



Acabámos então por fazer um percurso habitual, que foi subir esta colina, a colina de Chaillot. Devido ao potencial paisagístico deste local, foram projectados (e até construídos) para aqui vários palácios, cada um mais monumental que outro. Acabou por ficar este compexo neoclássico de 1937, formado por duas grandes alas curvas, que são ocupadas por museus.


 

O actual palácio e os jardins foram implantados no âmbito da Feira Mundial de 1937, o que significava mais uma vez ter de impressionar a malta de fora. Perante as linhas simples e rectas do edifício, restou apostar em esculturas, sobretudo douradas, que aqui e ali reforçam o sentimento de grandiosidade e importância. O outro factor impressionante são as fontes, que são ligadas em sequência, e iluminadas à noite.

 


Infelizmente, em períodos de pouco movimento turístico, as autoridades percebem que já não impressionam os próprios parisienses, resultando nas fotos tristes que ali tirei. Já cá em cima, os vendedores ambulantes e a explosão de flashes, deram lugar a um espaço público dominado por actividades lúdicas. Não é normal, é por isso que Paris consegue ser tão encantadora com o céu cinzento...


publicado por Nuno às 00:57

A propósito do artigo sobre as façanhas recordistas (ou nem tanto) na Torre Eiffel, fica o vídeo que tornou Franz Reichelt uma inspiração para os heróis de hoje, como o também austríaco Felix Baumgartner... Vídeo não aconselhável a pessoas sensíveis...



publicado por Nuno às 00:56

15 de Outubro de 2012

Desde a sua construção que a Torre Eiffel se tornou palco das mais diversas ousadias. Desde escaladas por alpinistas, lançamento de pára-quedistas, equilíbrio de trapezistas, a descidas de bicicletas, tudo servia para tentar bater recordes. Um dos casos mais conhecidos foi mesmo o de Franz Reichelt que inventou o fato 'wingsuit' que hoje faz parte das campanhas da Vodafone 4G. A alcunha, 'alfaiate voador', já diz quase tudo, mas o salto que fez em 1912 do primeiro andar da torre foi absurdamente trágico, e o austríaco nunca voou...

 


No dia em que tirei estas fotos, o visionário foi Taig Khris, que quis bater o recorde de queda livre em patins. Para isso saltou do primeiro andar da torre, para uma rampa de 25 metros, que terminava num amontoado de almofadas... Foram vários os testes, o que não impediu que Khris falhasse a primeira tentativa. O recorde foi porém batido na segunda tentativa, onde atingiu os 90 Km/h. A multidão torcia, outros continuavam a vender as bonecadas e os porta-chaves do costume, talvez já habituados a estes eventos que tornam a Torre Eiffel ainda mais mítica... Fica o vídeo...


publicado por Nuno às 01:22

14 de Outubro de 2012

Por vezes, reclamar contra grandes transformações arquitectónicas tem efeitos práticos. Depois da polémica em torno da destruição do histórico mercado de Les Halles, o iluminado que ia destruir a monumental estação de comboios da linha de Orleães voltou atrás na decisão, e quase 50 anos depois é aberto no mesmo edifício o Museu d'Orsay, um dos mais importantes de Paris. Mas já lá vamos... As duas primeiras fotos são do Musée National de la Légion d'Honneur, ou aliás, do imponente palácio que o alberga, e que fica junto ao Museu d'Orsay. Os dois edifícios, fazem com que a marginal Sul do Sena consiga competir com as dimensões do Louvre na outra margem.

 

 


Entrar no Museu d'Orsay não é nada fácil. Em todos os dias que por lá passávamos, a fila era de tal forma enorme, que chegámos a pensar que era bem mais fácil aceder ao Museu do Louvre... Desistimos, mas o conjunto de esculturas que estão no pátio de entrada sempre dá para reduzir a desilusão. Na verdade, Orsay é especializado na arte do período 1848-1914, e o seu espólio é formado por colecções vindas de outros museus da cidade. Ou seja, apesar de pinturas míticas de Van Gogh e Renoir, a malta que torna a fila interminável está ali é para apreciar a arquitectura!





A antiga estação de comboios difere-se das outras, pois Victor Laloux tinha a pressão de impressionar os senhores, que vinham à cidade em voos da Easyjet, para a exposição mundial de 1900. Assim, projectou algo grandioso e belo, mas parece ter-se esquecido da função principal: o cais era demasiado pequeno para os grandes comboios, e em 1939 acabou por se reduzir a uma estação de RER, e mais tarde a um centro de correios. Depois de uma profunda remodelação de 9 anos, abre o museu em 1986, impressionando quem por ali passa...


publicado por Nuno às 23:03

08 de Outubro de 2012

Finalmente experimentámos o aluguer de bicicletas Vélib' sem o passe mensal da Navigo, isto é, experimentámos como verdadeiros turistas, para saber realmente se o sistema é tão complexo como dizem para quem visita Paris por pouco tempo. Neste artigo já tinha falado das Vélib', mas desta vez tenho argumentos para dizer que pode valer bem a pena, com apenas alguns cuidados.

De 300 em 300 metros existe, dentro dos limites da cidade, um posto com espaço para cerca de 30 bicicletas, e um computador correspondente, que torna o aluger completamente automatizado. Encontrar estes postos não é tão fácil quanto parece, pois eles não estão nas praças nem avenidas principais, mas sim nas suas transversais. Ora, numa praça tão grande como a Étoile por exemplo, pode-se perder bastante tempo a procurar entre as 12 avenidas que ali confluem. Por essa razão, os postos de turismo têm mapas de postos Vélib' gratuitos, basta pedir... Encontrando um, é só seguir as instruções. Vamos supor um aluguer mínimo de 24 horas:

 

 

- O computador dos postos não tem a opção de ler em português; perceber as opções é fácil, perceber os regulamentos pode ser mais confuso.

- Sem carregar em nada, o ecrã apresenta 3 opções, há que escolher a opção 2 (s'abonner) e escolher a tarifa de curta duração de 1 dia.

- A partir daí um grande conjunto de etapas serão apresentadas; é tudo uma burocracia para garantir que se decore um código pessoal, se aceite os termos legais, e se forneça os dados do cartão multibanco.

- Os dados do cartão multibanco são a única forma de fazer o pagamento de 1€70 (o mesmo que um bilhete de metro normal), e obrigam a fazer uma pré-autorização bancária de 150 euros. Estes 150 euros constituem uma garantia, e só são debitados do cartão caso a bicicleta não seja validada pelo posto no acto de entrega.

- Respeitando todos estes passos, o computador fornece um bilhete com um código de 8 algarismos.

 

 

- Obtendo esse bilhete, basta voltar ao ecrã inicial, escolher a opção 1, e marcar os 2 códigos (o pessoal e o do bilhete); isso abre a conta do aluguer, onde existem diversas opções, entre elas activar uma bicicleta do posto à escolha, e ver a localização dos postos mais próximos.

- Activando uma das bicicletas disponíveis, inicia-se assim o período de 24 horas disponibilizado.

- 1€70 é na verdade o preço do bilhete, e existe uma pequena taxa adicional para cada hora que se ande de bicicleta. Todos esses valores serão automaticamente debitados da conta bancária sem qualquer aviso...

- Mas há um truque para não ter de pagar taxas. Visto que a primeira meia-hora é gratuita, basta ir trocando de bicicleta de meia em meia-hora. Essa troca implica encontrar postos ao fim de 28 minutos, entregar a bicicleta validando a entrega no computador, e depois, para voltar a alugar, há que fazer outra vez todo o processo de activar a bicicleta. Com o hábito, o processo vai-se tornando simples e rápido.

- Em resumo, é possível andar 24 horas de Vélib' gastando apenas 1€70.

 

 

E os 150 euros?!

- Aqui é que a "porca torce o rabo". Centenas de processos judiciais estão em marcha contra a empresa JCDecaux, por alegadamente terem retirado os 150 euros a pessoas que tinham entregue a bicicleta, e sem estar danificada.

- Quando se entrega uma bicicleta num posto, um conjunto de 'bips' será ouvido, e uma luz verde acendida significando que a bicicleta foi entregue em bom estado. Para evitar que a validação corra mal, convém que, antes de activar uma bicicleta, se proceda a uma olhadela às bicicletas disponíveis, de forma a ver o estado delas, pois se activar uma que não tenha um pedal, arrisca-se a que, quando a trocar, lhe sejam retirados os 150 euros...

- A pré-autorização bancária, significa que só se pode alugar uma bicicleta se se tiver 151€70 na conta, mas para alguns bancos, isso significa que durante as 24 horas de aluguer, é retirado esse valor ao saldo disponível, o que pode causar grande sustos...

- Nunca nos aconteceu encontrar postos completos ou vazios para fazer a troca, mas como isso pode acontecer, aconselho a iniciar a procura por postos 5 minutos antes da meia-hora, de forma a poder encontrar outro posto, ou esperar que alguém chegue para alugar ou entregar uma Vélib'.

 

(fotos retiradas da web)

publicado por Nuno às 19:56

Última porção do grande percurso por Saint-Germain-des-Prés. Caminhando para Oeste, o movimento e os cafés dão lugar a uma tranquilidade, que poucos poderão pagar... São prédios típicos, mas muito bem restaurados, e servidos por boutiques e galerias de alto nível... Aos poucos esses prédios dão lugar a grandes mansões, uns ocupados por departamentos do estado ou ministérios, outros por escolas. Uma delas é a École Nationale d'Administration, com o grande portão virado para a história rua de l'Université. Esta escola tem a fama de ter formado os grandes senhores da política e economia francesa. Provavelmente uma grande escola de corrupção...

 

publicado por Nuno às 01:17

04 de Outubro de 2012

É provavelmente a via mais importante e popular da 'rive gauche' (margem sul do Sena), e na qual se desenvolveu o bairro de Saint-Germain. Esta grande avenida com o mesmo nome do bairro, tem 4 quilómetros e por isso atravessa bairros com usos muito distintos. Os troços mais famosos são porém os que rodeiam a igreja de St-Germain-des-Prés e a Boulevard Saint-Michel, devido à presença de cafés míticos, restaurantes, livrarias e boutiques. Desses cafés, destaque para o Les Deux Magots e o Café de Flore, que competiam, em meados do século passado, para ver quem atraía mais intelectuais. O Brasserie Lipp é também uma cervejaria histórica, frequentada por políticos e malta da moda - nunca beber cerveja com salsichas foi tão chique...

 

 

A Boulevard Saint-Germain foi das avenidas afectadas pelo grande projecto urbanístico de Haussmann, por isso não admira que a arquitectura-modelo parisiense da avenida esconda os prédios medievais das belíssimas ruas transversais (algumas delas com direito a artigo no blog). Isto é bastante notório na parte Este, mais concretamente entre a rua des Bernardins e a rua du Bac. A Oeste, até à Pont de la Concorde, a Boulevard é essencialmente residencial e por isso mais calma, e abriga também palácios e importantes edifícios políticos como a Assembleia Nacional. Ainda assim é possível ver algum comércio, mas mais relacionado com pequenas lojas de luxo.

 

 

publicado por Nuno às 16:16

A igreja e a sua praça frontal onde se situam importantes cafés como o Les Deux Magots, constituem o coração do bairro de Saint-Germain. Para mim é o bairro mais típico de Paris, e com mais encanto fica se tiver contornos de pintura impressionista resultantes do nevoeiro, e da chuva que deixa as ruas espelhadas... À primeira vista, a igreja não tem nada de especial; à segunda vista também não... Mas à terceira, acompanhada de alguma pesquisa, concluímos que não é por acaso que este local é tão central. Saint-Germain-des-Prés é uma reconstrução do que sobrou da igreja mais antiga de Paris.


 

Erguida em 542, St-Germain-des-Prés era até à Revolução Francesa uma enorme abadia com muita influência, o que fez com que fosse destruída. Só a igreja foi recuperada, e o resto do espaço deu lugar ao desenvolvimento do bairro. Os traços antigos podem ser apreciados na torre, que possui provavelmente o mais antigo campanário de França, e no estilo românico do interior. O que mais impressiona no seu interior é também as pinturas douradas que cobrem toda a faixa superior aos arcos. Por um lado foi pena as fotos não conseguirem mostrar essa beleza, por outro, mais do que mostrar fotos é importante descrever através da arte, da pintura e da literatura por exemplo, o encanto de uma cidade, para que as pessoas façam uma viagem a Paris em busca da realidade.

 

http://www.paris-walking-tours.com/images/stgermainglass.jpg


Mas não resisto e fui ao google buscar uma foto dos dourados, acompanhado, claro está, de uma pintura que representa Saint-Germain-des-Prés em tons impressionistas...

publicado por Nuno às 15:04

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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