29 de Novembro de 2012

Havia algo essencial a fazer em Paris antes da partida: subir ao topo da Torre Eiffel. Apenas tínhamos subido ao segundo piso e por escadas. Essa cansativa visita, e variadas informações sobre o monumento mais visitado do mundo, pode ser lida neste artigo. Mas havia mesmo era que celebrar, e por isso não tivemos mãos a medir em arranjar fundos e muito tempo de espera para entrar no mítico elevador de dois andares...

 

 

Era a segunda vez que aqui vínhamos, mas o amaranhado de vigas continuava a impressionar mesmo para quem tem algumas noções de engenharia. Incrivelmente, o sistema de elevadores quase não sofreu alterações desde que o senhor Eiffel viu a sua loucura ganhar forma em 1889. Rapidez e grandes vistas só são mesmo prejudicadas pela multidão, cujo peso abana a torre de forma imperceptível.

 

 

A Torre Eiffel acabou por se tornar de tal maneira turística, que os franceses ganharam uma relação de amor-ódio com ela; contudo, nada comparável à monstruosidade arquitectónica que chocou a elite conservadora parisiense do século passado. Mas há marcas e símbolos despercebidos com que os franceses se devem orgulhar. Nomeadamente as 7 dezenas de nomes dos maiores cientistas franceses, que se encontram gravados em cada lado da torre...

 

 

Mas apesar do pequeno museu e das referências históricas, é quase impossível não passar o tempo todo a aproveitar as vistas, ainda por cima com o céu praticamente azul. O pôr-do-sol no topo da torre foi apenas o apogeu da nossa última visita a um monumento parisiense. Portanto, nada melhor do que nos despedirmos da cidade no seu ponto mais alto, pois não tarda e os 1400 serão reduzidos a uns escassos 300...

 

publicado por Nuno às 23:59

Infelizmente ou não, o programa Erasmus acabou para nós, e há que voltar para casa com a sensação de dever cumprido e uma cidade bem explorada. Este artigo é apenas o primeiro de uma série que homenageia Paris em jeito de despedida e provavelmente de saudade. Foi com estes sentimentos que decidimos aproveitar o último dia para recordar o percurso feito no primeiro dia desta experiência de 8 meses... O grande artigo sobre esse dia 18 de Setembro de 2009 pode ser lido clicando aqui, tendo em conta que a diferença no estilo de escrita traduz uma grande evolução, que espero eu ser apenas uma questão de amadurecimento...

 


Apesar de ter tido um exame de recurso pela manhã, foi possível fazer o percurso Woodstock - Île des Cygnes em plena luz do dia. O desespero do primeiro dia em procurar alojamento não se compara ao alívio que sentimos agora, o que nos levou a poder desfrutar como nunca de parques sempre associados ao "Bonjour, je vous appelle à causa de l'annonce!". Estou a falar da Place d'Anvers em frente ao Sacré-Coeur, mas sobretudo da Île des Cygnes e das suas fantásticas vistas duplas sob o Sena... Cansados da paisagem, toca a fazer a lista de objetos a deixar em Paris, pois grandes malas e voos lowcost não costumam combinar...


publicado por Nuno às 22:39

19 de Novembro de 2012

Talvez seja a grande praça menos turística de Paris. E é para muitos parisienses a avenida central da cidade. Esse fator tem as suas vantagens e desvantagens. Durante muito tempo, foi uma praça abandonada pelas autoridades, mas com muito comércio local, e superfícies comerciais de renome internacional. Na verdade podemos ver aqui quase tudo que veríamos nos Champs Elysées, mas aqui as políticas culturais e pedonais quase não existiram, provavelmente mais focadas em locais movidos por turistas.

 


Como seria de esperar, a animação nesta importante praça planeada por Haussmann, é garantida pelas inúmeras manifestações que costumam partir daqui para terminarem na Praça da Bastilha... Felizmente, um plano de regeneração está em curso (segunda foto), fazendo da Place de la République um grande estaleiro de obras. Por isso, a maior parte destas fotos são das animadas ruas entre o Canal Saint-Martin e a praça. Vá lá que ainda deu para ver a estátua dedicada à Terceira República...


publicado por Nuno às 19:07

Sim, há hospitais em Paris que são autênticos monumentos históricos... O Hospital Saint-Louis está localizado perto do Canal Saint-Martin, mais exatamente junto à estação de metro Goncourt. Foi fundado em 1607 para a cura da peste, e durante os tempos seguintes, só era utilizado em alturas de graves epidemias. É realmente um complexo arquitetónico de grandes dimensões, o que pode dar bem a noção da quantidade de pessoas que eram metidas em quarentena ao mesmo tempo. Parecenças com a Place des Vosges não é coincidência, já que o arquitecto, Claude Chastillon, foi o mesmo. Hoje em dia, as partes mais antigas do hospital estão classificadas como monumento histórico, o que pelo menos faz valer a pena uma visitinha...

 

publicado por Nuno às 18:04

14 de Novembro de 2012

Continuação do percurso pelas margens do Canal Saint-Martin. Perto do histórico hospital St-Louis, o canal desenha uma curva; desta parte mais larga é possível ter belas perspetivas do alinhamento dos prédios brancos refletindo na água. A partir daqui, reconhecemos bem melhor a Paris esbranquiçada e as típicas fachadas coloridas dos bistrots. Após a curva, podemos ver a terceira comporta e respetiva ponte.

 

 

Antes de atravessar a ponte, existia aqui um dos locais mais usados para decapitações públicas, mas nada parece restar desses 'saudosos' tempos... O Canal Saint-Martin é também muito popular entre estudantes, que vêm para as suas margens apanhar algum sol, enrolar uns charros e por vezes almoçar. Estamos a chegar ao centro de Paris, e o canal ganha o máximo de encanto, sobretudo pela sequência de pontes metálicas...




O dia estava excelente, e as perspectivas do cume das pontes estavam melhores que nunca. Os jardins enchem-se de gente, e o canal de patos... Curiosamente poucas pessoas são turistas - e ai de mim mudar isso! O que acontece é que o canal St-Martin encontra-se numa fase semelhante ao que aconteceu com bairros como o Marais. Isto é, uma zona barata que foi atraindo jovens artistas, imigrantes empreendedores e restaurantes inovadores, e que aos poucos vão transformando o canal St-Martin no próximo lugar da moda...


 

 

Infelizmente houve alguém que achou por bem tapar o canal com praças ajardinadas, e por isso mesmo, este só voltar a ver a luz do dia no Port de l'Arsenal. A despedida faz-se por um arco de pedra que sustenta a Square Frédéric Lamaître. Na última reclusa podemos admirar o sistema de subida do nível das águas para a passagem de barcos. O sistema semelhante das barragens do rio Douro metem no entanto o canal Saint Martin num bolso...

 

publicado por Nuno às 19:30

Afinal houve tempo para antes de um exame, fazer um último grande passeio matinal por Paris. No dia seguinte um voo lowcost para o Porto esperava-nos. Trata-se do Canal St-Martin, o sobrinho mais próximo do rio Sena, e cujas margens revelam uma cidade diferente, menos monumental, mais industrial e pitoresca... Partimos da Place de Stalingrad, local recentemente renovado, para contrariar a imagem de subúrbio mal-afamado que teima em não deixar o 10º arrondissement. Apesar de uma bela praça com uma histórica portagem neoclássica, a linha de metro elevada, o trânsito e os pequenos prédios abandonados distorcem a magnífica vista sobre o canal...

 

 

Supostamente o canal St-Martin começa nas comportas existentes na praça, e corre para Sul até encontrar o Sena. O que está a Norte é o chamado Bassin de la Villette, um canal mais largo que acabará por dar origem ao canal de Saint-Denis. A Revolução Industrial sobretudo, apelou à construção destes rios artificiais por toda a Europa, de forma a que enormes barcas pudessem transportar grandes quantidades de produtos até aos centros da cidade. Não admira por isso que esta obra de Napoleão I tenha resultado em margens com imensos armazéns. Atualmente estes foram sendo convertidos em centros culturais ou habitação.

 


Infelizmente, a regeneração do canal St-Martin, pelo menos no troço Norte, continua muito lentamente, e é possível ver sem-abrigos e lixo, muito lixo nas marginais... À medida que vamos descendo pelo Quai de Jemmapes, o ambiente vai sendo alterado. As margens ganham frondosas árvores e o canal é coberto por pequenas pontes em metal, algo que já se aproxima dos badalados postais sobre St-Martin. Os esforços para avançar com a regeneração não tem mãos a medir, e nota-se a presença de edifícios recentes e importantes como o Tribunal Industrial de Paris.



Eis que surgem as comportas, os pequenos jardins e os lampiões antigos. Agora sim, o canal St-Martin dos filmes... Desta zona de eclusas, fomos até à rua Haendel, uma perpendicular ao canal que atravessa um belíssimo bairro social. Esta rua destaca-se por ser o fio condutor de uma vasta zona pedonal completamente aberta ao público, onde moram pequenos jardins, pracetas, arcos, pistas de atletismo e campos desportivos. Provavelmente será mais um bairro vítima de gentrificação... Nas últimas fotos vê-se alguns dos edifícios típicos da era industrial, em tijolo e ferro...

 

publicado por Nuno às 02:23

05 de Novembro de 2012

Foi a passear pela zona a Sul do Arco do Triunfo, mais precisamente num bairro luxuoso conhecido pela presença de departamentos políticos e museus, que encontrámos a embaixada portuguesa. Uns quarteirões ao lado encontra-se a Avenue des Portugais, com uma respetiva homenagem anexa aos soldados portugueses que não puderam assistir ao milagre de Fátima... Provavelmente podíamos ter solicitado algum apoio à embaixada quando chegámos, mas visto que podem existir uns 2 milhões de portugueses na região metropolitana de Paris, o mais certo era mandarem-nos dar uma volta.

 


De qualquer das formas fica o contacto, que pode ser sempre útil:


 
3, rue de noisiel
75116
Paris


E-mail: mailto@embaixada-portugal-fr.org
Telefone: 01 47 27 35 29
Fax: 01 44 05 94 02

 

publicado por Nuno às 20:16

Será mesmo este o local mais fixe, mais baril, mais cool, mais in, de Paris? É provável, ainda assim, não pude visitar o aclamado restaurante no topo do palácio para confirmar. Trata-se de um museu de arte moderna, mas a sua popularidade tem a ver com o próprio ambiente no interior de um imponente edifício de 1937. É paradoxal precisamento por isso: o exterior 'clássico' contrasta com o interior arrojado, onde tudo parece ser anti-arte, anti-clássico, e anti-preconceito. Incrivelmente o ambiente consegue ser bem intimista, descomprometido e confortável.

 


Quem entra pela primeira vez no Palais de Tokyo, pode pensar que está num local em obras. Na verdade, ter a canailzação, o cimento e até mesmo tijolos ao descoberto, faz parte da decoração. Tudo o que aparentemente nunca seria considerado arte é aqui usado para chocar. Desde o célebre urinol de Duchamp que não assistia a um atentado à arte (no sentido que lhe quiserem dar) com estas dimensões. É difícl descrever sem o recurso a fotos, mas o impacto deste museu é comprovado pela presença regular de desfiles de moda e performances que não lembram o diabo (também no sentido que lhe quiserem dar).



Com tanto pseudo-intelectualismo por estes lados, Paris precisava mesmo de algo assim... Visita obrigatória portanto...

publicado por Nuno às 19:21

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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