Metro, linha 13, em direcção a Saint-Denis, essa vila-cidade onde estará a nossa universidade de acolhimento, "Université de Vincennes-Saint-Denis Paris 8". Enorme designação que em nada compete com... UA (Universidade de Aveiro)...
É também a nossa esperança em encontrar um alojamento barato, definitivo, e rapidamente! Mas enquanto isso não aparece, uma noite no hotel F1 de Saint-Denis iniciaria uma semana de experiências completamente novas.
Reservámos nessa mesma tarde o quarto. Já conhecia a cadeia de hóteis F1 (www.hotelformule1.com); na verdade a única vez que vim a Paris, "era eu uma criança" (by José Cid), fiquei instalado num F1 perto da Eurodisney. São um grupo de hóteis, normalmente instalados na periferia das grandes cidades, e em que o preço é por quarto (duplo/triplo) e não por pessoa, o que para algumas noites pode ficar muito 'em conta'; de qualquer das formas as condições são excelentes, mas já lá vamos.
Apesar de haver mais do que um F1 em Saint-Denis, na altura não o sabíamos e fomos escolher precisamente o que ficava fora do centro da vila. Mais precisamente junto a um estádio...Mas não um estádio qualquer! É o Stade de France, o estádio nacional, e um dos maiores do mundo, e sim, fica mesmo em Saint-Denis. Facto que não diminuia a má e preconceituosa imagem que tínhamos da zona, mas só estando lá é que podíamos confirmar essa 'imagem'.
O metro acaba de sair do 18º arrondissement, passa sob a Boulevard Peripherique, e 'entra' no 'banlieue' de Paris, a tradução francesa de subúrbio. Termo mal-amado em muitas cidades, e mais do que nunca em Paris, em que os incidentes de 2005 continuam bem frescos...
O metro passa a levar pouca gente, gente essa que parecia tudo menos francesa. Os fatos e gravatas, são substítuidos por fatos-de-treino, e os casacos compridos de veludo são substítuidos por grandes lenços a cobrir a cabeça. Uma feminina voz-off no metro anuncia: - Porte de Paris, Stade de France! Deve ser aqui...
Á medida que víamos a luz do dia, apercebemo-nos que estávamos num emaranhado de auto-estradas, dum lado, edifícios às cores, antigos e um pouco degradados só podiam representar o centro da vila, e do outro lado, edifícios modernos de escritórios acompanhavam o enorme Stade de France. Esse lado, onde estaria o hotel F1, constituiria uma espécie de muro que separa Paris de Saint-Denis?
Após circundármos o Stade de France, perdemo-nos numa imensa zona industrial. Era uma tarde de domingo, todos os edifícios e ruas vazias, e o mapa que tínhamos só incluía a cidade de Paris. Mas ao longe o símbolo do Mcdonalds (sim, aquele 'M' medieval) só podia significar que o Hotel estaria lá perto.
Chegámos e ficámos encantados com as condições, um luxo a que há alguns dias não estávamos habituados (a televisão era um ecrã plasma!!!!).
Mas pronto, única desvantagem foi mesmo ir a procura de sítio para jantar, e só o Mcdonals ser a excepção naquele deserto industrial. Na verdade, o Mac foi construído ali para servir apenas os hóteis dos arredores e o estádio. E com isto prometo não publicar mais nenhum post com a palavra 'Mcdonalds'! Não que eu não queira, na verdade nesse dia já não podíamos ver mais tabuleiros castanhos cobertos com anúncios dos bonequinhos do Happy Meal à frente.
Noite cerrada; às 9.30 do dia seguinte tínhamos de estar numa universidade que não sabíamos onde ficava, com as malas atrás e com muitos telefonemas para fazer. A nossa cabeça já se preparava para um misto de stress, curiosidade e esperança.