Um típico passeio de domingo. Levantar cedo, comprar umas baguetes, e ir até a um dos 'mil' parques e jardins urbanos que Paris oferece. E no caso do pequeno Parc Monceau, o 'oferece' tem de estar particularmente sublinhado, já que estamos a falar do espaço verde mais aristocrático e chique da cidade, que durante décadas foi propriedade privada. Só em 1852 foi adquirido pelo Estado que soube aproveitar a magnificiência e requinte do jardim, para valorizar os terrenos imobiliários adjacentes. Resultado: a burguesia mais abastada construiu em pouco tempo majestosas mansões em torno do Parc Monceau, e as 4 entradas públicas para o mesmo fazem-se através de grandes portões em ferro dourado, que cria um conjunto de elegância exagerada...
O requinte deste parque deve-se também ao conjunto arquitectónico que decora todo o parque, desde colunatas coríntias, a arcadas renascentistas passando por pirâmides, pontes e riachos. Mas a 'imagem de marca' é mesmo o lago com a colunata, neste dia completamente congelado, e onde os pássaros esquiavam como não houvesse amanhã...
O Monceau (8º arrondissement, não muito longe do Arco do Triunfo) ficou também conhecido por ter sido palco da primeira aterragem em pára-quedas documentada. O 'maluco' foi André-Jacques Garnerin que fez a proeza em 1797.
Era dia dos Namorados e o frio não afasta as pessoas. Imensos casais de idosos passeiam com os netos, outros, homens de negócios vão arrumando os telemóveis no bolso sob pressão das esposas vestidas com longos casacos de pele, que querem uma tarde de domingo tal como diz a bíblia... Outros passeiam de trotinete... Mas nenhuns se sentaram num banco como nós a fazer um piquenique... "Esperem até eu barrar o caviar na baguete", dizia eu...