Depois duma primeira visita muito rápida, cujo artigo pode ser visto aqui, voltámos aos Invalides sempre que recebíamos 'visitas'. Mais que um monumento de passagem obrigatória, este é um monumento de grandes dimensões com diversos museus dedicados à guerra, uma belíssima capela, e ainda um templo onde estão os túmulos das maiores personalidades bélicas de França, nomeadamente de Napoleão. 2 tardes chegaram para ver quase tudo com calma...
Este antigo hospital militar, mandado construir por Luís XIV em 1971, é hoje um gigante monumento dedicado à glória militar de França. Apesar de aqui existirem 3 museus, todo o edifício é um imenso museu, com canhões, placas, espingardas e até tanques (!) espalhados pelos corredores, escadas e pátios. O maior é o Musée de l'Armée, referido como 'um dos mais completos museus de história militar do mundo', apresenta uma colecção que vai desde a Idade da Pedra à 2ª guerra mundial. Existe também o Musée de l'Ordre de la Libération, que homenageia os heróis da mesma grande guerra, e ainda o Musée des Plans-Reliefs, onde existem miniaturas de fortes e cidades militares, e uma exibição de modelismo.
Em baixo encontram-se imagens tiradas do Musée de l'Armée. É realmente um museu enorme, muito bem organizado por época, e com tudo muito bem explicado. É aqui que está a terceira mais importante colecção de armaduras no mundo, e os seus 12 mil metros quadrados contêm cerca de 500 mil artefactos, incluíndo armas, veículos, uniformes, pinturas, e maquetes. Na verdade este museu resultou da fusão de outros dois, o museu da artilharia e do museu histórico da armada, ocupando assim as alas este e oeste do pátio central, cujas fotos podem ser vistas no primeiro post.
A Sul do pátio central situa-se então a capela de St-Louis-des-Invalides, que mais tarde foi completada pelo Dôme des Invalides. Esta capela é também conhecida como a 'igreja dos soldados', e começou a ser construída em 1679 por Jules Mansart, o mesmo arquitecto que participou na expansão de... Versalhes. Talvez por isso, não admira que o seu interior apresenta uma certa imponência austera, compensada pela série de bandeiras tomadas aos inimigos nas batalhas, que estão devidamente expostas sobre os arcos laterais. A honra militar era, e é aqui, muito levada a sério.
A Sul da capela está então a grande imagem de marca dos Invalides, o espectacular Dôme des Invalides. Mais uma vez, Luís XIV, e a sua obsessão pela magnificiência levou-o a ordenar a construção de um novo templo no Hôtel des Invalides, argumentando que se a capela era dedicada aos soldados, este novo templo seria reservado apenas à sua família. Mansart, quem mais, foi o responsável pelo projecto deste anexo arquitectónico, do qual se destaca a fantástica cúpula dourada. Sob a cúpula está o túmulo de Napoleão.
Na verdade, e após a morte do Rei-Sol, o uso a que estava destinado o Dôme des Invalides foi posto de lado. Foi então que em 1840, o Rei Luís Filipe decidiu transferir para aqui os restos mortais de Napoleão, em jeito de reconciliação para com os defensores deste, e com os republicanos. Não sei se a reconciliação correu bem, mas o que é certo é que o túmulo está muito bonito, como se pode ver nas fotos em baixo. Além de Napoleão, encontram-se aqui memoriais e túmulos dos irmãos deste, e de generais importantes na história de França, que estão dispostos em redor do círculo central, quer no piso intermédio, quer na cripta.
Difícil de aceitar, mas assim é o culto à guerra... Tudo em grande...