01 de Julho de 2011

Há muito tempo que já não íamos ao Marais, esse bairro eclético, que mistura comunidades gays, judias, e de artistas que aqui encontram uma alternativa à inspiração inevitável de Montmartre. É um bairro carismático exactamente por causa desta mistura, que também se dá a nível arquitectónico. O cartão postal do Marais tanto pode ser uma das inúmeras mansões hoje convertidas em museus que cobrem a parte Norte, ou os prédios medievais que ainda marcam presença nas ruas estreitas a Sul... Mas a imagem de marca continuará a ser a Place de Vosges no coração do Marais, nunca o regular e o geométrico foi tão belo...

Isto são mais do que razões para aproveitar os voos baratos para a Europa e fazer uma viagem a Paris (pelos voos da Air Europa por exemplo), atrevo-me até a dizer que o Marais é a maior miniatura da cidade...

 

 

  

 

 

aqui tinha falado do Marais, sobretudo da sua evolução histórica, mas neste dia interessou comprovar essa mesma história com uma visita algo intensa de 2 dias. No primeiro, partimos do Hôtel-de-Ville, e caminhando em direcção a nordeste, fomos invadindo as ruas estreitas para apreciar aqueles que são provavelmente os blocos de casas mais antigas de Paris. Logo depois deparámo-nos com o Mémorial de la Shoah, mais um monumento dedicado à morte dos judeus no holocausto. No muro em redor do memorial estão gravados os nomes de 76 000 judeus que foram deportados de França para os campos de concentração. A presença judia no Marais tem assim muito significado como veremos a seguir.

De seguida aproveitámos o belo jardim adjacente ao magnífico Hôtel de Sens, sem antes espreitar as 'barraquinhas' do Sena...

 

 

 

 

 

Deixando a marginal do Sena, rumo ao Norte, fomos apreciando os cantos e recantos do bairro. Cada porção de espaço vazio entre os edifícios é motivo para pequenos jardins, fontes, ou memoriais. O maior espaço pedonal que vimos sem contar com praças ou jardins (que quase não existem por sinal), foi um grande descampado usado como campo de futebol, que pelos vistos era onde se localizava a grande muralha medieval, e que neste lugar acabou por não ser substituída por edifícios. Ainda assim é possível ver partes da muralha, usadas como parede nos prédios.

 

   

  

 

Se a Place de Vosges é o ponto central histórico do Marais, a rue St. Antoine e a igreja St-Paul-St-Louis constituem a actual centralidade mais comercial, auxiliada pela presença da única estação de metro que existe dentro do Marais, a estação St-Paul. Esta igreja jesuíta data de 1627, e a sua cúpula com 60 metros de altura inspirou a Dôme des Invalides.

 

  

  

 

 

Antes de chegarmos à Place de Vosges, foi-nos recomendado ir visitar a Rue des Rosiers. Esta rua pedonal é o eixo central do bairro judeu, e ainda preserva as fachadas pitorescas dos estabelecimentos comerciais que datam do século XIII quando uma grande quantidade de judeus aqui se foi instalando. Numa parede, perto do local onde muitos estudantes foram capturados pelos nazis, ainda se encontra escrito: 'N'oubliez Pas!'...

É bom que não...

 

  

 

 

 

O dia seguinte seria dedicado a conhecer os Hôtels do Marais, até lá há que contemplar os pequenos e belos edifícios. Quem lá está não pode perder muito tempo nisso, os passeios são tão estreitos, que a qualquer momento está alguém a pedir para te despachares...

O esplendor artístico do Marais começa então a dar de si no momento em que chegámos à Rue des Francs-Bourgeois. Aqui, no cruzamento com a Rue de Sevigne, existe uma esquina repleta de placas, quase todas indicando os Hôtels e museus do Marais, qual o primeiro a visitar, eis a questão...

 

  

 

 

publicado por Nuno às 02:51

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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