Na rua Monceau fica esta mansão mandada construir pelo Conde Moïse de Camondo em 1914. Este banqueiro judeu com grande poderio económico, tinha a intenção de fazer uma espécie de casa IKEA com exibições de mobiliário e decorações antigas que o próprio coleccionou. O edifício tenta imitar o Petit Trianon de Versalhes, e todo o interior pretende mostrar como seria uma mansão da aristocracia nas épocas douradas do rei Luís XV e XVI. Nada que nos interesse particularmente, mas a curiosidade de ver uma mansão que parou no tempo falou mais alto...
A família Camondo teve sempre queda para a tragédia. O nome do museu é em homenagem ao filho do conde que morreu na Primeira Guerra Mundial. Na segunda grande guerra o resto da família do conde é deportada para Auschwitz, e o resto da história já se sabe... Apesar disso, a colecção continuou a crescer, tornando-se numa das maiores do mundo a nível de arte decorativa francesa do século XVIII. Pessoalmente o que aqui vejo é uma concentração de kitsch, será que alguém se atreveria mesmo a sentar em sofás banhados a ouro?
É o exagero decorativo em cada canto, que faz do interior do palácio de Versalhes uma agradável sala de estar. Em qualquer caso, posso dizer que tudo isto é arte em estado bruto independentemente da sua função. Com tanta ornamentação a ofuscar a visão, o alívio pode ser encontrado nos agradáveis jardins, na cozinha (que parece provar propositadamente que só os criados ali entrariam), e... ...nos quartos de banho. Isso mesmo, isto é mesmo uma casa-museu, portanto há que estar preparado para visitar os quartos de banho...