07 de Janeiro de 2013

Dizem que Paris é a cidade do mundo com mais avenidas e boulevards. Pode ser verdade, mas interessa sobretudo entender a importância destas vias no contexto cultural parisiense. Quando Haussmann pôs em prática o seu gigantesco plano de renovação urbanística da cidade, a sua principal imagem de marca passou a ser o acto de rasgar grandes avenidas nos densos bairros medievais, tentando com isso ligar os monumentos mais importantes. O resultado é impressionante. Numa cidade onde as fachadas são semelhantes e os prédios têm quase todos a mesma altura, a única forma de não nos perdermos é olhar o infinito de uma avenida.

 

6 - Avenue du Président wilson


(ver artigo aqui)

É a avenida com mais museus de Paris, o que lhe confere máxima elegância. As embaixadas e outros importantes edifícios a Oeste fazem deste eixo uma 'passadeira vermelha' para automóveis de luxo. Comércio nem vê-lo... As vistas sobre o Sena também valem a pena.

Público-alvo: intelectuais

 

5 - Boulevard de Clichy


(ver artigo aqui, aqui e aqui)

Há uma linha que separa a taradice da arte. Percorrer esta avenida à noite pode sempre vir com a desculpa de se estar a apreciar o jogo de luzes avermelhadas e intensas que cobrem as fachadas. Quer a Boulevard de Clichy quer as suas adjacentes, formam um eixo com muito movimento boémio e muita vida diurna e nocturna. Convém não esquecer que é o principal eixo de Montmartre...

Público-alvo: tudo menos pais dedicados e apaixonados

 

4 - Boulevard Saint-Michel


(ver artigo aqui e aqui)

A segunda boulevard mais importante de Rive Gauche beneficia da sua centralidade. Basta dizer que liga a Île de la Cité ao Jardin du Luxembourg, mas há mais, muito mais... Serve o Quartier Latin, o Museu de Cluny e ainda a Sorbonne. Enchentes nos passeios é quase certo, até porque por aqui se encontram grandes livrarias e cafés. Nunca vi tanta gente junta num dia normal como na Place Saint-Michel, é impressionante...

Público-alvo: apaixonados

 

3 - Boulevard des Capucines/des Italiens


(ver artigo aqui e aqui)

As Grands Boulevards tinham um lugar indiscutível neste top, por isso escolhi o troço mais importante, ou seja, aquele que passa em frente à Ópera Garnier. Três óperas, vários cafés míticos e lojas de excelência, são apenas os grandes resquícios de uma época em que estes passeios tornaram famosos os boulevardiers, ou seja, os senhores de chapéu com dinheiro e tempo livre a mais para consumirem cultura e muito luxo. Destaque também para a grande concentração de 'passages'.

Público-alvo: intelectuais

 

2 - Champs-Elysées


(ver artigo aqui e aqui)

A avenida mais famosa do mundo não teve direito ao primeiro lugar. A monumentalidade partilha os passeios com um consumismo desenfreado que dá origem a cenas lamentáveis. Numa zona tão central de Paris, é estranho ver pedintes em frente às ourivesarias, ou amontoados de lixo a descerem a avenida nos períodos de menos movimento. A cultura foi praticamente aniquilada pelo grande comércio, assim como o comércio tradicional foi abafado pelas grandes multinacionais. Ainda assim são os Champs-Elysées...

Público-alvo: consumistas

 

1 - Boulevard Saint-Germain


(ver artigo aqui)

A grande pérola da Rive Gauche, o meu circuito preferido da cidade, e provavelmente a zona que mais caracteriza a época dourada de Paris. O verdadeiro espírito parisiense mora portanto aqui, nestas fachadas históricas, nestes cafés míticos ou em todo o bairro que circunda a igreja com o mesmo nome. Os seus extremos são duas pontes sobre o Sena, e distam mais de três quilómetros, no entanto é a meio que a boulevard atinge o seu maior esplendor.

Público-alvo: apaixonados

(fotos retiradas da web)

publicado por Nuno às 15:40

Estudantes do Institut Français d'Urbanisme

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